O meia Kléberson, que vive relação de amor e ódio com a torcida do Flamengo, foi confirmado hoje por Dunga entre os 23 jogadores para a Copa do Mundo da África do Sul, se tornando o terceiro brasileiro a disputar o torneio após ter participado de uma Copa e ser “esquecido” na seguinte.
Convocado em 2002 e ausente em 2006, o rubronegro se junta ao também meia Zé Roberto (ainda em atividade, pelo Hamburgo), que jogou em 1998 e 2006, ficando de fora em 2002, e ao ex-goleiro Emerson Leão, hoje treinador do Goiás, que estava no grupo brasileiro de três Mundiais seguidos (1970, 1974 e 1978), foi descartado em 1982 e retornou em 1986.
A carreira de Kléberson foi recheada de altos e baixos. Revelado pelo PSTC, clube que trabalha com categorias de base em Londrina (PR), o jogador despertou interesse do Atlético-PR, que o contratou em 1998, ainda aos 19 anos.
Não demorou para que o jovem meia conquistasse espaço no elenco do Furacão. Em 2001, quando o clube conquistou o inédito título brasileiro, Kléberson foi um dos principais jogadores do elenco, que tinha jogadores como os atacantes Kleber Pereira e Alex Mineiro.
Suas boas atuações chamaram a atenção de Luiz Felipe Scolari, e sua primeira convocação veio meses antes do Mundial, no início de 2002.
Convocado para o torneio da Coreia do Sul e do Japão, o meia, que completou 22 anos durante a Copa, conquistou a confiança do treinador, a ponto de disputar a final, contra a Alemanha, como titular. Na decisão, inclusive, chutou uma bola no travessão e deu passe para Ronaldo marcar o segundo gol brasileiro. No ano seguinte, participou da Copa das Confederações.
Suas atuações pela seleção fizeram com que ele despertasse o interesse de vários clubes europeus. Acabou contratado pelo Manchester United, e se tornou o primeiro jogador brasileiro a vestir a camisa do time inglês. Porém, não teve o rendimento esperado, e dois anos depois foi para o Besiktas, da Turquia.
Com o rendimento abaixo do esperado no futebol europeu, acabou perdendo espaço também na seleção. Apesar de ter participado da campanha vitoriosa da Copa América em 2004, foi deixado de lado nos anos seguintes.
Retornou ao futebol brasileiro em 2008, após transferência complicada, quando chegou a acionar a Fifa para deixar o Besiktas. No Fla, nunca foi unanimidade entre os torcedores. Porém, a participação na campanha que culminou com o título brasileiro de 2009 chamou a atenção de Dunga, que o convocou pela primeira vez para os jogos contra Uruguai e Paraguai, pelas Eliminatórias, em Junho.
Agora, no grupo que viaja para a África do Sul, ele passa a integrar a restrita lista dos jogadores que disputaram um Mundial, ficaram fora do seguinte e retornaram oito anos depois de sua primeira Copa.