Uma nota pública divulgada na tarde desta terça-feira, assinada pelo médico Paulo Forte, do São Caetano, e pelo cardiologista do Incor (Instituto do Coração), Edimar Bocchi, afirma que o jogador Serginho não apresentou anormalidades nos exames cardíacos realizados em fevereiro de 2004.

De acordo com os médicos, a morte do atleta, ocorrida durante uma partida do Campeonato Brasileiro, "foi fruto de uma fatalidade", uma vez que os exames não diagnosticaram hipertrofia miocárdica, doença apontada como causa da morte pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO).

A nota contraria informações publicadas pelo jornal <i>Diário de S.Paulo</i>, segundo o qual o laudo do Incor dizia que Serginho precisaria "contar com a sorte para não incorrer em óbito".

Nesta nova versão, "o jogador apresentava exame físico normal, eletrocardiograma compatível com coração de atleta, e dois ecocardiogramas, exame específico para detecção de hipertrofia, que afastaram essa possibilidade".

A divulgação deste documento pode significar uma reviravolta para o Azulão, que estava seriamente ameaçado de ser punido com a perda de até 180 pontos no Brasileirão, o que levaria o clube para a Série B do Nacional em 2005. O caso deve ser julgado na próxima sexta-feira, no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

<b>Causa indefinida – </b>Para o médico Beny Schmidt, professor adjunto de patologia da Faculdade de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de Säo Paulo), não se pode dizer que Serginho morreu por problemas cardíacos.

"Temos que evitar que se cometa uma injustiça. Não existe causa de óbito definida. Não foi realizada uma autópsia completa e na verificação de óbito foi laudado uma simples hipertrofia miocárdia. O julgamento, então, não procede", disse Schmidt, em entrevista à <i>TV Record</i>.

"Só uma autópsia completa pode definir a causa de morte. O São Caetano está sendo acusado com leviandade", prosseguiu. Schmidt participou, nesta terça-feira, do "1º Fórum de Atuação Médica no Futebol", realizado em São Paulo.


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Médico do Incor inocenta Azulão