<br>Considerado por muitos uma das gratas revelações do tênis nos últimos anos, o brasileiro Marcelo Melo, que ganhou destaque internacional pelos seus desempenhos nas competições de duplas, é mais um personagens das Olimpíadas de Pequim, marcada para o mês de agosto deste ano.

Recuperado de um estiramento na coxa direita, que o tirou das oitavas-de-final de duplas do torneio de Wimbledon, o companheiro de André Sá concedeu uma entrevista exclusiva ao <b>VirgulaEsporte</b> onde contou tudo sobre os preparativos para a sua estréia na competição.

“A expectativa é enorme, já que esta é a minha primeira Olimpíada. Eu estou muito contente e animado com a chance de representar o Brasil na China”, afirmou o tenista, que mesmo com 24 anos de idade já coleciona quatro títulos: Adelaide, Portschach e Costa do Sauípe, em 2008, e Estoril em 2007, todos na categoria de duplas.

Questionado sobre as chances de medalha na China, o brasileiro não se intimidou e mostrou confiança no seu companheiro André Sá. “Realmente eu acredito que podemos conquistar uma medalha em Pequim. Pois analisando bem os adversários, eu já enfrentei a maioria e conheço a forma que cada um joga. Sei que a Olimpíada é uma competição diferente, pois o nível é muito alto. Porém, eu e o Sá temos qualidade suficiente para competir como eles”, garantiu Melo.

E, segundo o tenista, o estiramento muscular na coxa direita sofrido no último dia 30, que o deixou parado por duas semanas, não preocupa. “Graças a deus não é nada de grave e a recuperação já foi feita. Agora eu estou fazendo um fortalecimento muscular e alguns treinamentos bem leves para não forçar muito”.

Atual 32º do ranking de duplas, Marcelo Melo já tem a sua programação de treinamentos, que é comandada por Daniel Melo, totalmente definida até o dia da sua estréia nas Olimpíadas. “Eu chego a Pequim, caso tudo ocorra bem, no dia 2 de agosto. Terei treinamentos em dois períodos até o dia das competições”, afirmou o brasileiro, que deve estrear do dia 10 de agosto no Olympic Green Tennis Center.

Melo também falou um pouco sobre o seu ídolo no tênis, que diferente de alguns tenistas, escolheu um brasileiro. “Não dá para ir muito longe quando falamos em ídolos no tênis, ainda mais no Brasil. É claro que eu sempre me espelhei no Guga. Acho que como ídolo, só ele mesmo”.

Deixando um pouco o lado atleta, o mineiro de Belo Horizonte mostrou-se muito empolgado em, além de disputar, assistir algumas competições em Pequim. “Eu realmente não sei como vai funcionar, mas tenho muita vontade de acompanhar a natação e o atletismo. Este último em especial, já que eu nunca assisti uma competição de atletismo”.

E como um bom brasileiro, Marcelo Melo não deixa o futebol de lado e também quer dar uma “espiada” nos jogos da seleção masculina. “Futebol é paixão de todo brasileiro, o problema é que eu preciso ver as datas de treinamentos, competições e checar se eu poderei acompanhar algum jogo, mesmo que nenhum jogador do Cruzeiro, que é meu time do coração, esteja na seleção do Dunga”.

Além da sua habilidade com a mão direita dentro das quadras, Melo também chama atenção pela sua altura. O atleta tem 2,03 m, tamanho este que foge um pouco dos “padrões” do tênis mundial, já que os multi-campeões Pete Sampras, Roger Federer e Rafael Nadal não ultrapassam 1,85 cm.

Marcelo Melo, que este ano disputou 41 partidas e apresentou um aproveitamento de 57%, vencendo 26 jogos e perdendo 15, viveu o pior momento da sua carreira no ano passado, quando foi pego no exame antidoping por ter se medicado com uma simples Neosaldina, que apresenta uma substancia chamada isometepteno, proibida pelas regras da ITF (Federação Internacional de Tênis), e pegou três meses de gancho.

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Marcelo Melo: a esperança de medalha no tênis em Pequim