Mais uma vez o Brasil foi eliminado pela França. A seleção brasileira veio para o jogo em clima de revanche, mas se esqueceu de jogar futebol. Os onze titulares estavam sem saber o que fazer em campo, desorganizados, sem reação.
Um único chute a gol. Foi isso que o Brasil fez em 90 minutos de jogo em Frankfurt. E esse chute só foi acontecer aos 44min do segundo tempo, quando Ronaldo avançou e arriscou de fora da área, para boa defesa de Barthez.
Parecia um reprise daquela final de 98, dia 12 de julho. França 3, Brasil 0. A equipe comandada por Zagallo entrou em campo da mesma forma. Sem vontade de jogar, sem vontade de ganhar, somente com o glorioso nome da seleção brasileira, que sempre botou medo em todos, mas que agora faz os adversários sentirem ainda mais vontade de tirar uma casquinha.
Naquela final, no fim da partida, entrava Edmundo, artilheiro e campeão brasileiro com o Vasco. Era o único que queria vencer e levar mais um título para a casa, mas de nada adiantou. O futebol é equipe. E na final deste sábado, o Edmundo da vez foi Robinho. O jogador do Real Madrid entrou e tentou partir para cima dos franceses. Sem sucesso, mas com vontade.
Cadê o melhor jogador do mundo? Falavam que essa era a Copa dele, que ele iria arrebentar. E nosso lateral-direito, que vinha batendo recordes e mais recordes? O fato é que Cafu só estava nesta Copa para bater recordes, pois quando Cicinho entrou, colocou fogo no jogo. Aliás, na partida contra o Japão, em que Parreira entrou com os chamados reservas, que deveriam ser titulares, o Brasil arrasou e Cicinho comeu a bola.
E nosso lateral-esquerdo? No momento do gol de Henry, Roberto Carlos era o responsável pela marcação do atacante francês, mas estava ocupado com as mãos no joelho e deixou o camisa 12 entrar sozinho na área e colocar a bola no fundo das redes, após o cruzamento do eterno carrasco Zidane.
E por falar em Zidane, ficamos muito tristes por mais uma vez sermos eliminados pela França, repetindo aquelas quartas-de-final em 86. Mas então vamos falar só de Zidane. O craque que marcou dois gols na polêmica final entre Brasil e França de 98. O craque que deu um passe perfeito para a desclassificação do Brasil em 2006. O craque que colecionou chapéus na partida deste sábado. Um no fenômeno Ronaldo, seu companheiro de Real Madrid e outro em Gilberto Silva. No entanto, o craque que irá se aposentar em alguns dias.
Mas temos que agradecer ao futebol. Agradecer por termos a chance de assistir pelo menos à mais uma partida de Zinedine Zidane. Ver o camisa 10 da França jogar é lindo. Um futebol clássico. Cabeça erguida e peito estufado. Assim como os grandes craques do futebol mundial jogaram. Uma visão de jogo perfeita. Sem erro de passes. Lançamentos perfeitos.
Isso é o que podemos tirar de positivo da derrota brasileira neste sábado.