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O título de “país do futebol” sempre consagrou o Brasil como a maior fábrica de craques do mundo. Mas o que faz um jovem atleta sair do país para correr em gramados estrangeiros pouco conhecidos – e trocar as boas perspectivas que o futebol pentacampeão mundial oferece pela incerteza de sucesso em campos vizinhos?

Poucos são os brasileiros que se aventuram e brilham longe da terra natal, como os defensores Alex Santos, no Japão, e Clayton, na Tunísia; os meio-campistas Zinha, no México, Deco, em Portugal, e <b><a target=_blank href=http://www.virgula.me/esporte/novo/nota.php?ID=12569>Marcos Senna</a></b>, na Espanha; além do atacante Kevin Kuranyi, na Alemanha.

Para responder àquela e a outras perguntas, o <b>Virgula Esportes</b> entrevistou Rodrigo Augusto Sartori Costa, ou simplesmente Villa, volante brasileiro de 23 anos que, há oito meses, joga no Clube Atlético Rentistas, do Uruguai. Em um papo descontraído e sincero, ele lembra o seu primeiro contrato como profissional, fala das vantagens e desvantagens do futebol uruguaio e revela que não pensaria duas vezes para se naturalizar estrangeiro.

<b>Virgula Esportes:</b> Já jogou por algum time brasileiro? Qual?
<b>Villa:</b> Sim, já joguei no Corinthians e na Portuguesa Santista.

<b>VE:</b> O que o fez mudar de país?
<b>Villa:</b> Eu não tive um motivo especial, foi uma oportunidade. Naquele momento, era conveniente e acabei saindo do país.

<b>VE:</b> Quais são as vantagens de se jogar no Uruguai?
<b>Villa:</b> A vantagem é que o futebol uruguaio é exportador. Muitos clubes europeus vêm aqui buscar novos talentos, já que os jogadores são mais baratos do que no Brasil e na Argentina.

<b>VE:</b> Há quanto tempo é jogador profissional?
<b>Villa:</b> Assinei meu primeiro contrato como profissional com o Corinthians, em 2000.

<b>VE:</b> Já pensou em se naturalizar uruguaio?
<b>Villa:</b> Eu nunca pensei nisso, mas, se me surgisse uma proposta de naturalização, certamente aceitaria. O sonho de qualquer jogador é estar em uma seleção.

<b>VE:</b> Qual é a principal diferença entre o futebol uruguaio e o brasileiro?
<b>Villa:</b> A técnica, com certeza. O futebol daqui é na base da força.

<b>VE:</b> Qual é a principal desvantagem de se jogar futebol no Uruguai?
<b>Villa:</b> Os clubes daqui têm pouca torcida – os que mais têm são Nacional e Peñarol. Numa partida do Rentistas, por exemplo, não há mais de 1500 pessoas. Em contrapartida, no Brasil, um jogo entre clubes de porte médio leva muito mais gente ao estádio.

<b>VE:</b> Como é e como surgiu o mascote do Rentistas?
<b>Villa:</b> O mascote do clube é o bicho colorado, um inseto pequeno, vermelho, e que, quando pica, incomoda muito. O Rentistas escolheu este bicho porque tem a mesma cor dele e, assim como o inseto, apesar de ser pequeno, “incomoda” muitos clubes grandes.

<b>VE:</b> Há mais jogadores brasileiros que atuam no Uruguai?
<b>Villa:</b> Eu, quando cheguei aqui, pensei que não teria muitos. Mas estava enganado. Só no Rentistas, somos quatro estrangeiros – dois brasileiros, um argentino e um paraguaio.

<b>VE:</b> Do que você tem mais saudades no Brasil?
<b>Villa:</b> Estar fora do país não é fácil. Tive que deixar para trás muitas pessoas que amo, no intuito de melhorar financeiramente e de dar a elas uma vida melhor. Tenho saudades de duas coisas: da minha namorada e do arroz com feijão da minha mãe (risos).


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<b>Exclusivo:</b> a fuga precoce dos craques brasileiros

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