Júlio Baptista foi a principal contratação do Málaga na nova fase do clube espanhol, que queria voos mais altos a partir da temporada 2010/2011. Essa nova fase veio (o clube atualmente está nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões), mas o jogador sofreu duas lesões sérias e consecutivas entre 2011 e 2012 e agora considera-se “em dívida” com o time. Em entrevista divulgada pelo site da Fifa nesta sexta-feira (15), Júlio Baptista falou mais sobre sua difícil recuperação, o nascimento de sua filha e o que espera de seu futuro, inclusive na seleção.
“Quando estava quase voltando (da primeira lesão), já treinando, aconteceu (a segunda). Eu não tinha feito trabalho excessivo de fortalecimento, para repor a massa muscular perdida, mas estava bem, sem dor. No treino, fiz um movimento e senti uma fisgada forte logo abaixo da panturrilha”, lembrou o meia-atacante, que não passou um tempo sem poder andar e passou muito tempo inerte, tendo engordado 7 kg.
Júlio afirma que nunca se rendeu ao infortúnio das lesões e sempre acreditou que voltaria a jogar em alto nível. Uma de suas armas mais poderosas – o chute forte – ainda está sendo retrabalhado, visto que a lesão aconteceu em sua perna favorita, a direita.
Porém, no tempo em que não esteve jogando, teve uma grande alegria: o nascimento de sua primeira filha.
“Isabella nasceu em setembro de 2011 e, uns dias depois, eu marquei aquele que, eu mal sabia, era meu último gol pelo Málaga em tanto tempo, o de bicicleta (contra o Getafe, dia 1º de outubro de 2011). Dois meses depois, fiz a primeira cirurgia. É uma visão diferente da vida: você começa a traçar planos em função de sua filha. É lindo. Só lamento não ter podido curti-la como eu gostaria, porque eu acabava ficando menos em casa do que se estivesse em atividade”, contou La Bestia.
Agora, o jogador que fez parte da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, diz se sentir em dívida, tanto com o Málaga, quanto com o técnico, Manuel Pellegrini.
“Olha, eu não sei o que poderia ter passado se eu estivesse em outro clube. Eu estava no lugar ideal para que isso pudesse acontecer, porque o tratamento que o Málaga teve comigo foi excepcional, e o do Pellegrini também. É uma pessoa a quem eu tenho que agradecer, porque ele realmente queria que eu estivesse com a equipe. Saber que o treinador conta com você, mesmo machucado, é um estimulo enorme para conseguir voltar”, lembrou.
Os planos daqui para frente são simples: jogar até o fim desta temporada e conseguir novamente a vaga de titular jogando bem. O camisa 10 não escondeu, porém, o desejo de voltar a defender a amarelinha.
“Quem esteve muitos anos defendendo o Brasil, como eu, quer voltar. Vestir a camisa da seleção e defender o país é uma coisa única. Mas isso vai depender do momento que eu estiver vivendo, de como vou estar fisicamente e como vou estar jogando. Se eu estiver num nível muito alto, em condições de competir com os outros jogadores, por que não?”, finalizou.