A greve na NBA ainda não tem data para acabar. O mediador federal George Cohen se reunirá, nesta segunda-feira em Nova York, com representantes do sindicato de jogadores e de donos de equipes da NBA em mais uma tentativa para que haja evolução nas conversas mantidas pelos dois lados e que se aproximem do fim do locaute.
A missão de Cohen parece impossível se for levado em conta o que disseram tanto o comissário da liga americana de basquete, David Stern, representante dos patrões, quanto o diretor-executivo do sindicato, Billy Hunter. E, se as diferenças já não fossem grandes, começaram a surgir opiniões das estrelas.
O último a falar sobre o conflito trabalhista que desde 1º de julho gerou o locaute, com perda dos campos de treinamento, todas as partidas de pré-temporada e de 100 confrontos das duas primeiras semanas de competição, foi o armador Derrick Rose, do Chicago Bulls. Para ele, os únicos culpados são os patrões.
“É muito triste, mas todo o mundo sabe que não é culpa nossa (dos jogadores). Se dependesse de nós, estaríamos jogando. Eu acho que a situação está ruim, e sei que eles poderiam resolver isso facilmente”, declarou Rose neste domingo.
O pensamento do atleta é diferente do tido por Stern, que foi taxativo ao dizer que o sindicato de atletas não quer assumir as mudanças que são, segundo ele, “necessárias e fundamentais”.
Rose, de 23 anos, não perdeu o tempo durante a paralisação e se dedicou a promover sua imagem em nível internacional e a participar de eventos esportivos na Ásia, nos quais cobrou até US$ 300 mil em cada uma de suas exibições.
“Eles (os donos) não estão pensando em nada do que nós estamos dizendo. Eles não estão considerando nada do que tentamos lhes dar. Simplesmente teremos que ver no que vai dar”, acrescentou.
O armador reiterou que o grande objetivo dos jogadores era conseguir voltar às competições e que não fazer isso os prejudicaria, e principalmente prejudicaria o basquete profissional, depois de uma temporada que, de acordo com ele, foi muito positiva para a NBA.
“O esporte do basquete sofrerá as consequências deste locaute, e tudo o que está acontecendo não é nada positivo. Estamos no caminho errado”, considerou.
Por sua vez, outra das novas estrelas da NBA, o ala Kevin Durant, do Oklahoma City Thunder, se mostrou mais diplomático ao declarar que espera que os donos façam algumas concessões que permitam avançar nas negociações e alcançar um novo acordo para a assinatura do convênio coletivo.
“Eles têm que concordar conosco em algum ponto. Sinto que (os donos) não nos estão ajudando, não estão tentando chegar a um ponto de equilíbrio”, disse Durant em entrevista em uma escola de Washington.
O ala reiterou que os jogadores estão sendo “muito sacrificados”, em um esforço para alcançar um acordo, e que agora é a vez de os patrões cederem em alguns pontos importantes.
Nesta segunda-feira, se saberá diante do mediador Cohen se os comentários das estrelas da NBA tiveram algum tipo de efeito positivo ou negativo entre os donos das equipes e o comissário Stern.