Recordista mundial do salto em altura com a marca de 2m45, obtida em julho de 1993, o cubano Javier Sotomayor “cornetou” nesta segunda-feira (24) o momento atual do atletismo, que segundo ele vem diminuindo de qualidade e, por isso, perdendo espectadores.

“Acho que, de uma forma geral, o atletismo está em crise. Estar oito ou dez anos entre os melhores do mundo hoje em dia é raro, há escassez de atletas assim. E com a ausência deles, também cai a torcida. Na minha época, éramos muitos”, comentou o cubano em entrevista à Agência Efe.

O ex-saltador considera outro problema a falta de concorrentes, como o caso do jamaicano Usain Bolt, recordista mundial dos 100 metros e dos 200 metros.

“O que acontece com Usain Bolt é que ele é muito superior aos outros atletas, que não são como Serguei Bubka, Carl Lewis ou Michael Johnson. Quando Usain Bolt parar, tomara que chegue outro”, acrescentou.

Sotomayor também vê uma crise no atletismo cubano, que no último Mundial, no ano passado, conquistou apenas duas medalhas, uma de prata, no salto triplo, com Pedro Pablo Pichardo, e duas de bronze, com Yarisley Silva, no salto com vara, e Yarelys Barrios, no lançamento de disco.

“Ainda temos atletas destacados, mas não como na minha época, quando tínhamos mais de dez que éramos os melhores na América, e em nível internacional concorríamos sempre a medalhas olímpicas e mundiais. Hoje só temos três ou quatro, o nível caiu um pouco”, analisou.

“A crise econômica atrapalha, e também houve uma diminuição de talentos. Além disso, há muitos países que estão subindo de nível. Antes éramos segundos colocados em Jogos Pan-Americanos com folga, atrás apenas dos Estados Unidos. Hoje ainda estamos em segundo, mas com uma margem bem pequena para outros países”, completou.


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Javier Sotomayor vê crise no atletismo por falta de ídolos e concorrência