Há quase duas semanas, o astro LeBron James anunciava sua saída do Miami Heat e o retorno ao Cleveland Cavaliers, franquia na qual apareceu para o mundo. Um dos meios para expressar suas emoções por intermédio de uma carta.

A ESPN dos Estados Unidos, então, selecionou um dos melhores imitadores do ator Morgan Freeman para ler parte da carta, e o resultado foi hilário. Freeman, além de atuações impecáveis que já até lhe renderam Oscar, é também um narrador dos mais afamados.

Então, o imitador em questão, chamado de Frank Caliendo, leu toda o conteúdo no programa Mike and Mike, dos dois apresentadores que dispensam apresentações até para quem não os conhece (sim, chamam Mike e Mike), que não se aguentaram e riram durante praticamente os dois minutos e 47 segundos de leitura.

Assista ao vídeo abaixo:

Abaixo está o conteúdo completo da carta traduzido.

“Antes de qualquer um sequer imaginar onde eu gostaria de jogar basquete, eu era uma criança do nordeste de Ohio. Foi lá que eu comecei a andar, foi lá que eu comecei a correr. Foi lá que eu chorei, foi lá que eu sangrei. Aquela região tem um lugar especial no meu coração. Lá, as pessoas que me viram crescer, e às vezes eu me sinto como sendo filho deles. A paixão deles pode ser devastadora. Mas isso me estimula. Quando eu puder, quero dar a eles esperança, quero ser uma inspiração. Minha relação com o nordeste de Ohio é maior que o basquete. Eu não percebia isso há quatro anos. Mas eu percebo agora.

Lembram quando eu estava sentado no Boys & Girls, em 2010? Eu estava pensando, aquilo foi muito difícil. Eu podia sentir a dificuldade. Eu estava deixando uma coisa que demorei muito tempo pra construir. Se eu tivesse que fazer tudo de novo, eu obviamente faria as coisas de um jeito diferente. Mas eu ainda deixaria Cleveland. Miami, pra mim, foi como a faculdade para as outras crianças. Os últimos quatro anos me ajudaram a crescer e me tornar quem eu sou. Eu me tornei um jogador melhor e um homem melhor. Eu aprendi muito em uma franquia que foi onde eu queria estar. Eu sempre vou pensar em Miami como minha segunda casa. Sem as experiências que eu tive lá, eu não seria capaz de fazer o que estou fazendo hoje.

Eu fui pra Miami por causa de D-Wade (Dwyane Wade) e CB (Chris Bosh). Nós nos sacrificamos para manter UD (Udonis Haslem). Eu amei me tornar um grande amigo de Rio (Mario Chalmers). Eu acreditei que poderíamos fazer algo mágico se nos juntássemos. E foi exatamente isso que a gente fez! A coisa mais difícil de sair de Miami é pensar no que eu construí junto com esses caras. Eu conversei com alguns deles, e vou conversar com os outros. Nada vai mudar o que nós fizemos. Nós somos amigos para a vida inteira. Eu também gostaria de agradecer Micky Arison e Pat Riley por terem me proporcionado quatro anos incríveis. Eu estou fazendo isso justamente porque quero ter a oportunidade de retomar o que foi interrompido. Não quero que ninguém pensando: “ele e Erik Spoelstra não se acertaram, ele e Riley não entraram em acordo, o Heat não conseguiu juntar os caras certos”. Isso tudo é completamente mentira. Eu não vou dar uma entrevista coletiva ou uma festa. Depois disso tudo, é hora de trabalhar. Quando eu deixei Cleveland, eu estava em uma missão.

Eu estava buscando títulos, e nós ganhamos dois. Mas Miami já tinha tido esse sentimento. Nossa cidade não sabe o que isso há muito, muito, muito tempo. Meu objetivo ainda é ganhar quantos títulos for possível, sem dúvidas. Mas o mais importante pra mim é trazer um troféu de volta para o nordeste de Ohio.

Eu sempre acreditei que voltaria para Cleveland e terminaria minha carreira aqui. Eu só não sabia quando. Depois da temporada, eu nem pensava na free-agency. Mas eu tenho dois filhos e uma esposa, Savannah, que está grávida de uma menina. Eu comecei a pensar sobre como seria criar minha família na minha cidade. Eu olhei para outros times, mas eu não deixaria Miami para nenhum outro, exceto Cleveland. Quanto mais o tempo passava, mas isso parecia correto. E isso foi o que me deixou feliz.

Para aceitar a transferência, eu precisava do suporte da minha esposa, da minha mãe, que pode ser uma pessoa muito difícil. A carta de Dan Gilbert, as vaias dos torcedores de Cleveland, as camisas sendo queimadas – assistir a tudo isso foi difícil para eles. Meus sentimentos estavam ainda mais confusos. Era correto dizer “OK, eu não quero lidar com essas pessoas nunca mais”. Mas aí você pensa no outro lado. Como seria se eu fosse uma criança que admirava um atleta, e esse atleta me inspirasse a fazer o melhor na minha própria vida, mas aí ele me abandonasse? Como eu reagiria? Eu me encontrei com Dan (Dan Gilbert), cara a cara, homem a homem. Nós esquecemos aquilo tudo. Todo mundo comete erros. Eu errei também. Quem sou eu pra guardar ressentimentos?

Eu não estou prometendo um título. Eu sei o quão difícil é conseguir isso. Nós não estamos prontos agora. Sem chances. É claro, eu quero ganhar no próximo ano, mas eu sou realista. Vai ser um longo processo, muito mais longo do que foi em 2010. Minha paciência vai ser testada. Eu sei disso. Eu estou indo para um novo time, com um novo técnico. Eu vou ser o cara experiente.

Mas eu fico emocionado de reunir um grupo e ajuda-los a alcançar um objetivo que talvez eles nem imaginem que ele sejam capazes. Agora, eu me vejo como um mentor e fico animado de liderar alguns desses jovens talentosos. Acho que posso ajudar Kyrie Irving a se tornar um dos melhores armadores da NBA. Acho que posso ajudar a melhorar Tristan Thompson e Dion Waiters. E eu não posso esperar pra reencontrar Anderson Varejão, um dos meu companheiros favoritos. Mas isso não é sobre o elenco ou sobre a franquia. Sinto que minha decisão vai além do basquete. Eu tenho a responsabilidade de ser um líder, em vários sentidos, e vou levar isso muito a sério. Minha presença pode fazer a diferença em Miami, mas acho que ela significa muito mais no lugar onde eu nasci. Quero que as crianças do nordeste de Ohio, assim como as centenas de jovens em Akron que eu ajudo com minha fundação, percebam que não existe lugar melhor para se viver. Talvez, alguns deles vão voltar pra casa depois da faculdade e começar uma família, ou abrir um negócio. Isso me faria sorrir. Nossa comunidade, que já sofreu muito, precisa de todo o talento que eu puder oferecer. No nordeste de Ohio, nada vem do céu. Tudo tem que ser conquistado. Você tem que trabalhar para ter aquilo que você tem. Eu estou pronto para aceitar o desafio. Eu estou voltando pra casa.”


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Imitador de Morgan Freeman lê carta de LeBron James e resultado é hilário! Assista!

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