O presidente do Fluminense foi cercado por jornalistas nesta quarta, quando saía de uma reunião no Ministério dos Esportes, em Brasília, mas pouco se perguntou sobre o assunto do encontro, que eram as mudanças na Lei Pelé. Todos queriam é saber sobre a ausência de fineza ao dizer que mulheres (ou pelo menos as da seleção brasileira de futebol de 2004) só têm dois neurônios.

 

Foi então que ele deu um jeito de complicar ainda mais. Disse que tem o hábito de fazer "metáforas" e "gracinhas", mas dessa vez quebrou o cara. Depois, virou-se para uma funcionária do Ministério e perguntou "você acha que eu não gosto de mulheres?". Em vez de responder sobre do que ele gosta ou não, ela ateve-se aos fatos: "você falou que as mulheres só têm dois neurônios". Horcades disse então que ela certamente tinha muito mais do que 80 milhões, ela disse que não sabia, mas que tinha muito mais que ele. A cena foi encerrada com um abraço constrangedor.

 

Para explicar-se melhor, depois o presidente tricolor lembrou que já havia de desculpado e que foi, de fato, uma frase infeliz. "Do jeito que estão as coisas, vou acabar levando uma sapata que nem o Bush", disse, aparentemente esquecendo-se que o presidente norte-americano teve pelo menos a agilidade de desviar dos dois sapatos atirados contra ele por um jornalista iraquiano.

 

Na terça-feira, Roberto Horcades, presidente do Fluminense, disse que era fã do técnico René Simões desde 2004, por haver levado à medalha de prata olímpica, a seleção de futebol de mulheres, que "só têm dois neurônios". A jogadora Cristiane, do Corinthians, e que foi dirigida por Simões na Olimpíada daquele ano, lamentou ver o técnico trabalhando "com gente assim" e disse que gostaria que "ele continuasse trabalhando conosco até hoje". Na entrevista ao Jornal dos Sports, ela lembrou ainda que as mulheres sabem fazer "muito mais do que alguns homens, que não conseguem nem dirigir um clube".


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Horcades pede desculpas, diz que era tudo metáfora e compara-se a George Bush

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