A seleção da Holanda, que garantiu vaga na final da Copa do Mundo, pretende agora repetir um feito obtido por alguns de seus compatriotas: conquistar a África do Sul.
Desta vez, porém, o objetivo é bem diferente do que tinham os holandeses que desembarcaram em solo sul-africano a partir de meados do século XVII para colonizar as terras.
A intenção é conquistar o título do Mundial disputado no país, e para isso resta apenas uma partida, no domingo.
A origem da África do Sul está vinculada à Holanda, já que boa parte de sua população branca, os africâneres, também conhecidos como boers, provêm desta pequena nação europeia que colonizou o atual território sul-africano a partir de seu assentamento na Cidade do Cabo em 1652 por questões econômicas e estratégicas.
Posteriormente, foi a vez de franceses, no século XVIII, e ingleses, no XIX virem em busca de ouro e diamantes, entre outros atrativos.
Após as duas guerras travadas entre Reino Unido e colonizadores holandeses e franceses (1880-1881 e 1899-1902), foi formada a África do Sul, nação na qual as comunidades brancas foram hegemônicas no último século, apesar de representarem cerca de 10% da população local.
A comunidade de origem holandesa atualmente tem pouco a ver com o país de seus ancestrais, já que a África do Sul recebe muito mais influência britânica.
Poucas relações guardam os africâneres com suas raízes. A principal delas é o idioma, muito semelhante ao holandês. A maioria dos cidadãos locais prefere inclusive o rugby ao futebol.
Além disso, os holandeses são associados com grande parte dos responsáveis pelo regime de segregação racial que vigorou no país – o Apartheid.
Assim sendo, a seleção holandesa tende a ser a preferida apenas pelos torcedores sul-africanos que gostam de seu estilo de jogo, e não por razões históricas.
Mas da mesma forma como no Mundial de Rugby de 1995 a seleção local – os “Springboks” – conquistou o apoio da população negra em sua campanha rumo ao título (história retratada no filme “Invictus”), a Holanda de Robben, Sneijder e cia poderá conquistar o carinho dos sul-africanos.
