Em entrevista ao programa "Bola da Vez", da ESPN Brasil, o tenista Gustavo Kuerten revelou que uma frustração foi não ter conhecido Ayrton Senna. O dia do encontro entre os dois foi o mesmo da morte do piloto.
"Estava jogando um torneio satélite em Portugal. Foi meu primeiro torneio como profissional, eu e o Larri (Passos, técnico dele na época) estavamos muito feliz. Estavamos assistindo a corrida na casa do Braguinha (empresário e amigo do tenista) em Cintra (cidade portuguesa). Estava marcado que depois da corrida o Senna iria para lá e teria o encontro. Ele era um grande ídolo", afirmou Guga.
Já falando de tênis, o catarinense crê que estará recuparado em breve. "Eu acredito 100% na minha recuperação", disse.
O tenista revelou que Rafael Nadal, atual campeão de Roland Garros e vice-líder no ranking mundial, é fã dele. "Uma vez conversamos e ele disse: ‘cara, tu é demais’", contou.
Guga acredita que sua queda vertiginosa no ranking não tem relação com a separação dele com Larri Passos. "Aconteceu quando tinha que acontecer. Queria ter uma nova experiência, ver com é que quer. O Larri aceitou isso de uma forma super boa. Ele é da família, uma das pessoas mais fantásticas que conheci. Acho que a queda veio devido a cirurgia. Fiquei dois terços parados e estou me readaptando agora", afirmou.
O tenista revelou que a partida em que melhor jogou na sua vida foi contra André Agassi, na final da Masters Cup de 2000. Na ocasião, Guga sentia uma lesão, mas se vencesse seria o número 1 do mundo. "Aquela partida foi minha melhor, eu joguei muito e errei pouco."
O jogo mais esquisito foi contra o sueco Magnus Norman, na final de Roland Garros, em 2000. "Tive 11 match-points. Teve uma bola que foi fora e comemorei o título, mas o juiz marcou fora. Se eu acertasse a outra, seria campeão e 20 segundos depois iria embora já. Depois ele empatou 40/40 e comecei a pensar ‘vou perder’. Foram 50 minutos que eu tinha o match-point e pensava que seria campeão. Ele empatava e dizia ‘vou perder’. Ainda bem que venci", disse Guga.
O único brasileiro campeão de Roland Garros não consegue explicar a "magia" que ele tem com o torneio. "Uma vez eu perdendo de 2 a 1 para o (Yevgeny) Kafelnikov, perdendo de 4 a 2 no set e virei. Contra o (Juan Carlos) Ferrero, perdendo do mesmo jeito e estava estressado, fui lá e virei. É inexplicável! Teve a vez com o (Michael) Russell, eu estava com match-point contra no terceiro set e virei para 3 a 2. Aquele jogo me fez crescer em Roland Garros", afirmou.
O tenista revelou também que foi procurado pela organização do comitê olímpico francês para ser o garoto propaganda da candidatura de Paris para ser sede das Olímpiadas de 2012. Em pesquisa na França, ele foi o preferido, mas que o tenista local Yannick Noah e o meia Zinedine Zidane.
"Eles me procuraram, mas não aceitei porque nunca fiz nada desse tipo no Brasil. Achei fantástico te sido o escolhido, mas isso vai acontecer quando estiver parando", concluiu.