Um balanço apresentado nesta quarta-feira pelo governo reconhece que 46% das obras previstas para a Copa do Mundo de 2014 sequer começaram e o andamento de oito dos 12 estádios ainda não chegou a 50%.
Apesar de muitas dessas obras terem de estar prontas até março de 2013 para a Copa das Confederações, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse em entrevista coletiva que, apesar de alguns atrasos, quase todos os projetos seguem “dentro do cronograma” previsto.
Como subsedes da Copa das Confederações, a Fifa escolheu de forma provisória as cidades de Salvador, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e Rio de Janeiro, mas a decisão final será tomada no fim do ano, em função do andamento das obras.
Essas seis cidades, junto a Cuiabá, Curitiba, Manaus, Natal, Porto Alegre e São Paulo, sediarão a Copa de 2014.
Sobre os estádios para a Copa das Confederações, Rebelo afirmou que só existem alguns atrasos no Maracanã, que até agora teve 45% da reforma concluída, e no estádio de Recife, que está só 33% concluído e preocupa a Fifa, que poderia excluí-lo do evento do ano que vem.
O restante será entregue em dezembro e, segundo o balanço, o mais adiantado é o de Fortaleza, concluído em 62%, seguido do de Salvador (56%), Belo Horizonte (55%) e Brasília (53%).
O estádio mais atrasado é o de Curitiba, cuja construção só teve 11% das obras concluídas, mas o ministro garantiu que ele “estará totalmente pronto” para o início de 2014.
Nessa “lista negra” segue o estádio de Porto Alegre, com 20% das obras encerradas, após terem sido afetadas por uma longa greve de trabalhadores.
Os maiores problemas se apresentam em obras relativas à infraestrutura de transporte, hotelaria e telecomunicações, que têm 46% dos trabalhos ainda nem iniciados, embora o governo garanta que elas “avançarão” com força nos próximos meses.
De todos os projetos previstos nessas áreas, 9% já foram licitados e começarão nas próximas semanas, 17% estão em processo de licitação e outros 15% estão ainda em fase de estudo, indicou Rebelo.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que o acompanhou na entrevista coletiva, destacou que as obras dos estádios empregam um total de 19.043 trabalhadores, dos quais 4,8 mil apenas no Maracanã.
Apesar do otimismo do governo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, voltou a manifestar nesta terça-feira sua insatisfação com o andamento das obras para o Mundial e para a Copa das Confederações.
“O Brasil não é um país pobre. É a sexta economia do mundo e sabe o que deve fazer, mas não o faz no tempo adequado”, criticou o dirigente da Fifa.
Rebelo preferiu evitar novas polêmicas com a Fifa ante o andamento das obras, que há alguns meses levaram o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, a dizer que o Brasil precisava de “um chute no traseiro” para trabalhar “a sério”.
Segundo o ministro, o ritmo de execução das obras avança “a cada dia” e o Brasil estará em condições de realizar “a melhor Copa do Mundo” em 2014.