*Colaborou Gabriel Carvalho
Fim de ano é o tempo que jogadores de futebol, artistas, músicos e celebridades mais gostam para a realização das famosas e tradicionais peladas beneficentes. Na noite da última terça-feira (16), o Estádio Ícaro de Castro Melo, no Ibirapuera, foi palco de um jogo entre músicos de São Paulo e do Rio de Janeiro, em um desafio estadual chamado de Futebol e Samba no Pé, organizado para arrecadar alimentos não perecíveis a pessoas carentes.
Mentor da partida e responsável por juntar os times, o músico Marcelinho, cavaquinista da Turma do Pagode, contou que tudo começou com uma ideia sua, mas que tomou proporções maiores graças a uma brincadeira de WhatsApp entre os grupos de samba dos dois estados. Olha só a galera que o Marcelinho conseguiu reunir: Turma do Pagode, Thiaguinho, Jeito Moleque, Pinha, Rodriguinho, Samprazer, Doce Encontro, Pixote, Bom Gosto, Imaginasamba, André Marinho, Dilsinho, Diogo Nogueira, Morenos e Nosso Sentimento.
“Tenho esse projeto no papel há uns três ou quatro anos e sempre falava com a galera do futebol de segunda-feira, que temos aqui em São Paulo. Sempre quis reunir todo mundo, mas sabe como é nada, a agenda da rapaziada é complicada. Me lembrei dos grupos de WhatsApp, mandei pra todo mundo, agilizamos a data e deu tudo certo”, contou o músico.
Clima de Copa do Mundo
A rivalidade entre os dois times criou um clima diferente antes da partida. Os jogadores do time paulista chegaram bem antes do jogo, mas de forma aleatória, enquanto que os cariocas vieram em um ônibus fretado do Rio de Janeiro direto para o estádio do Ibirapuera, com direito a chegada com torcida.
Na entrada de campo, os dois times se juntaram e ouviram uma solicitação do árbitro da partida. “Eu quero tudo no padrão Fifa”. A frase rendeu algumas brincadeiras, como a do cantor Dodô, vocalista do Grupo Pixote. “Agora eu me senti importante”, disse.
Discurso de boleiro
Antes da bola rolar, o discurso dos ‘jogadores’ era uma réplica das entrevistas concedidas pelos atletas profissionais, só que com um tom bem mais humorado. Prova disso foram as provocações do cantor Thiaguinho, tido pelos amigos como o Bola de Ouro da equipe paulista e pelas torcedoras o mais bonito dos craques.
“A rapaziada do Rio bate uma bola. O Diogo Nogueira é bem, o André Marinho também, a gente tem que tomar cuidado (risos). Mas, na real, esses são aqueles quinze minutos que servem pra gente continuar na música. Pagodeiro tem que ser pagodeiro e jogador tem que ser jogador”, brincou o apresentador do Multishow, que contou seu desdobramento de agenda para entrar em campo. “Estava no Rio de Janeiro, vim correndo, fiz uma participação no programa Legendários e sai no meio da gravação pra vir pra cá. Vale a pena demais e, sempre que posso, estou engajado em ações assim. Esses momentos fazem a gente pensar”, completou.
Com os times já em campo e a bola rolando, o protagonismo da noite saiu do gramado e foi para arquibancada, onde os torcedores, na sua maioria mulheres, roubaram a cena com gritos histéricos e cornetagem pelo desempenho pra lá de questionável dos músicos.
“Vocês são muito ruins!”, gritou uma jovem que segurava um cartaz do fã clube do Thiaguinho. “Pede pra sair, pede pra sair”, brincavam os amigos mais próximos dos músicos, que ficaram em um espaço só para convidados, enquanto que os fãs ficaram concentrados nas duas partes das arquibancadas do estádio estavam liberadas.
O jogo foi bem menos quente do que as brincadeiras e provocações que cercaram os grupos, tanto que os paulistas abriram o placar no meio do primeiro tempo, em uma bobeada da defesa do Rio de Janeiro. No fim da partida, no entanto, os cariocas conseguiram um empate graças a um gol contra do músico Felipe, do Grupo Jeito Moleque, que empurrou a bola pro fundo da rede após o goleiro Léo, reserva de Rogério Ceni, Denis e Renan Ribeiro, no São Paulo, não segurar o chute do atacante do time do Rio.
A partida terminou empatada em 1 a 1 e, mais uma vez, os músicos boleiros mostraram que não levam muito jeito para o futebol.
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