As chances de a Copa do Mundo do Brasil ter todas os campeões da história foram reduzidas pela Ucrânia, que venceu a França por 2 a 0 no Estádio Olímpico de Kiev, no jogo de ida da repescagem das Eliminatórias europeias, e deu um passo importante para estar no torneio no ano que vem.
Após um primeiro tempo amarrado, a seleção ucraniana, que participou do Mundial apenas uma vez, em 2006, se soltou e conseguiu balançar a rede duas vezes, com Zozulya e Yarmolenko.
Quem esperava ver Frank Ribéry como o grande destaque da partida acabou assistindo a uma grande exibição de uma meio-campista bem menos famoso, o brasileiro Edmar. Com passagem discreta pelo Internacional e no futebol ucraniano desde 2002, o meia deu o passe para o primeiro gol e criou outras boas jogadas.
Na partida de volta, marcada para a próxima terça-feira, em Saint-Dennis, a Ucrânia poderá perder por dois gols de desvantagem, desde que marque um. Já os ‘Bleus’ terão que vencer por 2 a 0 para provocar a realização de prorrogação ou por uma vantagem maior para se classificar para se juntar a Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Inglaterra e provavelmente Uruguai na lista de campeões mundiais presentes na Copa do ano que vem.
O técnico Didier Deschamps tinha duas dúvidas para escalar a França, no meio-campo e no ataque. Nasri foi o escolhido para atuar de forma centralizada no meio, e Giroud levou a melhor na disputa de centroavantes com Benzema.
As duas equipes adotaram uma postura mais cautelosa no começo, mas nem por isso deixaram de criar chances de gol. Logo aos cinco minutos do primeiro tempo, Debuchy cruzou da direita na medida para Giroud, que, no entanto, cabeceou sem força e facilitou o trabalho de Pyatov.
Sem demora, os donos da casa responderam dois minutos depois, com Yarmolenko, que cortou da direita para o meio e bateu colocado. Lloris segurou.
Titular dos ‘Bleus’ pela quinta vez seguida, Giroud não pode reclamar de uma possível falta de oportunidades para marcar. Aos 15, Ribéry fez boa jogada individual e serviu o centroavante, que permitiu a antecipação de Kucher.
O jogo era amarrado, e, embora atacasse mais, a França dava pouco trabalho ao goleiro Pyatov. A Ucrânia quase não incomodava, mas deu um susto aos 29. Rotan levantou, Edmar apareceu entre os defensores e acertou um peixinho que tirou tinta da trave direita.
Dois minutos depois, foi a vez de Yarmolenko cruzar da direita. A defesa não afastou bem, e a sobra ficou com Konoplyanka, que acertou em Debuchy.
Os ucranianos iam se fazendo mais presente no campo adversário, e Edmar se mostrava importante para a equipe. Aos 38, ele foi acionado por Yarmolenko e rolou para Konoplyanka, que desta vez foi travado.
Tentando incomodar na volta do intervalo, a seleção anfitriã passou a chutar mais. Aos sete minutos, Fedetskiy encheu o pé de longe e mandou perto do travessão. Pouco depois, aos 11, foi Konoplyanka, e Lloris encaixou.
O maior ímpeto ofensivo da Ucrânia deu resultado aos 15 minutos, quando Zozulya abriu o placar, em mais uma boa participação de Edmar. Após rápida troca de passes iniciada na esquerda, o brasileiro tocou de primeira, o atacante ganhou da marcação dentro da área e chutou. Lloris ainda encostou, mas não evitou que a bola entrasse.
Com o gol, a seleção da casa se empolgou e esteve perto por duas vezes seguidas, aos 17 e aos 18 minutos, mas Zozulya foi travado e Koscielny cortou o cruzamento de Shevchuk buscando o centroavante.
Depois do sufoco, a França enfim acordou e tentou duas vezes com Nasri. Aos 20 minutos, o meia invadiu a área e chutou em cima do goleiro; aos 26, ele bateu fraco e entregou nas mãos de Pyatov.
Muito marcado, Ribéry, principal jogador dos visitantes, quase não apareceu. Sua melhor jogada aconteceu aos 32, quando ele deixou o marcador no chão, mas foi travado na hora do arremate. A melhor oportunidade de gol francesa aconteceu três minutos depois, quando Pyatov saiu mal do gol, mas Valbuena errou o alvo na cabeçada.
Fazendo valer a máxima “quem não faz, leva”, Yarmolenko aumentou a diferença a favor da Ucrânia aos 37. Koscielny perdeu a disputa com Zozulya na área e cometeu pênalti. Yarmolenko cobrou mal, e Lloris voltou a tocar na bola, que, contudo, entrou mais uma vez.
Mais na base do abafa que na técnica, os ‘Bleus’ esboçaram uma pressão, mas não conseguiram descontar e ainda perderam Koscielny, expulso. O defensor do Arsenal agrediu Kucher e recebeu cartão vermelho diretamente.
Ficha técnica:
Ucrânia: Pyatov; Fedetskiy, Kucher, Khacheridi e Shevchuk; Stepanenko e Yarmolenko; Edmar (Bezus), Konoplyanka (Gusev) e Rotan; Zozulya (Seleznyov). Técnico: Mykhaylo Fomenko.
França: Lloris; Debuchy, Koscielny, Abidal e Evra; Matuidi e Pogba; Rémy (Sissoko), Nasri (Valbuena) e Ribéry; Giroud (Benzema). Técnico: Didier Deschamps.
Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia), auxiliado por seus compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.
Cartões amarelos: Shevchuk, Fedetskiy e Kucher (Ucrânia); Giroud (França).
Cartões vermelhos: Kucher (Ucrânia); Koscielny (França).
Gols: Zozulya e Yarmolenko (Ucrânia).
Estádio Olímpico de Kiev.