O ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, disse nesta terça-feira que as Forças Armadas estarão preparadas para atuar em caso de protestos durante a Copa do Mundo, mas esclareceu que esta tarefa inicialmente será responsabilidade da polícia.
A segurança das manifestações “é uma tarefa das polícias” e “a intenção é que as Forças Armadas não intervenham” em eventuais alterações da ordem pública, declarou o ministro em entrevista coletiva para correspondentes estrangeiros em Brasília.
No entanto, Amorim disse que se for necessário as Forças Armadas estarão “preparadas” para uma eventual colaboração na contenção de desordens de rua e explicou que para isso contarão com “planos de contingência”, que não foram detalhados.
Segundo o ministro, em grandes eventos como a Copa do Mundo, que começará no dia 13 de junho, a participação das Forças Armadas nos planos de segurança é focada no controle dos espaços aéreo e marítimo e na prevenção de eventuais atentados terroristas de qualquer natureza.
No entanto, Amorim considerou que apenas o fato do exército e outras forças militares terem planos frente a possíveis manifestações constitui um “fator inibidor”.
Os temores do governo e sua preparação para possíveis protestos se justificam pelas grandes manifestações que ocorreram no país em meados do ano passado e durante a Copa das Confederações.
Os manifestantes pediam melhores serviços públicos e os protestos se misturaram também com convocações de segmentos sociais que questionam o alto gasto público na construção de estádios e outros aspectos da organização da Copa.
Estes movimentos anunciaram que voltarão a protestar durante o evento, embora suas últimas duas convocações, em janeiro e fevereiro, quase não tiveram apoio popular.
Segundo Amorim, outra parte dos planos de segurança será o da defesa digital
O governo intensificou seus projetos no ano passado, quando o ex-prestador de serviços da CIA Edward Snowden denunciou que os serviços de inteligência dos Estados Unidos espionaram comunicações da presidente Dilma Rousseff e da Petrobras.
Amorim admitiu que um evento das dimensões de uma Copa pode ser alvo da atividade de hackers de todo o planeta.
No entanto, embora tenha reconhecido que esta possibilidade “preocupa” o governo, garantiu que as autoridades estarão “atentas” e assegurou que acreditam em seu “capacidade” para conter eventuais ataques digitais durante o torneio.