Após bloquear a contratação de dois jogadores por parte dos clubes San Lorenzo e River Plate, o fisco ampliou os requisitos exigidos à Associação do Futebol Argentino (AFA) para controlar as transferências de jogadores e evitar possíveis irregularidades.

A Administração Federal de Receita Pública (Afip) notificou nesta quinta-feira no Diário Oficial uma resolução na qual a AFA deverá informar sobre “os jogadores profissionais que integram a totalidade das equipes, identificar seus agentes e representantes, além daqueles que possuírem participação no passe dos jogadores profissionais de futebol”.

De acordo com a nova norma, “os sujeitos que estiverem efetuado operações de transferência, cessão de direitos econômicos e cessões relativas ao uso dos serviços prestados pelos jogadores profissionais de futebol” também devem ser identificados.

Inúmeras transferências de jogadores figuram nos registros da AFA como produto de triangulações que envolvem equipes sul-americanas suspeitas de evasão fiscal e fuga de divisas.

Presidida por Julio Humberto Grondona há 33 anos, a AFA é sócia do Estado argentino na utilização dos direitos de televisão do futebol de Primeira e Segunda Divisão.

Segundo a Afip, a AFA deverá reportar os casos de “sujeitos que estiver atuado como intermediários ou gerentes das operações, inclusive em transações entre clubes”.

Os clubes também deverão informar sobre “dívidas com pessoas do país e do exterior pela compra de direitos econômicos” e sobre “direitos de uso ou empréstimos em dinheiro, com exceção das contraídas com entidades regidas pela lei de Entidades Financeiras”.

A medida anunciada pelo fisco veio à tona após as irregularidades observadas na contratação do zagueiro Jonathan Bottinelli por parte do River Plate, operação na qual esteve envolvido um modesto clube chileno, o Unión San Felipe.

A Afip acredita que nesta operação de US$ 1,7 milhão houve “uma manobra de opacidade fiscal que poderia ocultar os verdadeiros valores da transação, assim como as pessoas envolvidas na mesma”.

Além disso, o organismo investiga se o Unión San Felipe, que vendeu ao River Plate 60% dos direitos do jogador – quem se desvinculou do San Lorenzo em junho de 2011 -, tem laços comerciais com firmas constituídas nas Ilhas Virgens.

Além do caso de Bottinelli, o fisco também investiga a recente contratação do jogador Ignacio Piatti por parte do San Lorenzo. “A princípio, o atleta foi contratado junto ao clube Sul América de Montevidéu, da Segunda Divisão do futebol uruguaio, quando deveria ter vindo da Itália”, já que entre 2010 e 2012 o meia defendeu o Lecce.


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Fisco aumenta controle sobre transferências de jogadores na Argentina

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