A atitude do presidente Luiz Alvaro Ribeiro de segurar o craque Neymar o máximo possível no Brasil ganhou ainda mais força neste sábado. Suspenso por conta do terceiro cartão amarelo, o jovem atacante desfalcou o Santos na partida diante do Figueirense, na Vila Belmiro. Sem seu principal nome em campo, o Peixe mostrou muita falta de criatividade no setor ofensivo e ainda teve sua defesa escancarada pelos rivais. O resultado foi a surpreendente vitória dos catarinenses por 3 a 2.

A apatia dos donos da casa no setor de criação prejudicou até o artilheiro Borges, que muitas vezes foi obrigado a voltar para buscar jogo fora da grande área, seu habitat natural. Mesmo assim, o ex-atacante são-paulino fisgou mais um gol e chegou a marca de 19 no Brasileirão. De quebra, ele ainda criou outras perigosas oportunidades e parou no goleiro Ricardo e na falta de mira.

No entanto, o faro de goleador de Borges foi ofuscado pelo centroavante rival Júlio César. Dono de ótima movimentação, o capitão do Figueira chamou a responsabilidade pela maior parte dos ataques dos visitantes e marcou dois dos três gols do triunfo barriga-verde. O principal jogador da partida começou a dar as caras aos 9 minutos. Em uma violenta cobrança de falta rasteira da entrada da área, ele se beneficiou do desvio na barreira e viu o goleiro Rafael ser traído pela trajetória da bola.

O gol deu maior movimentação ao jogo. Na base da pressão da torcida, o Peixe foi de forma desordenada ao ataque, mas não demorou para arrancar o empate. Aos 24 minutos, Borges saiu da área e surpreendeu a marcação. Depois de levantar a bola com habilidade, o artilheiro emendou petardo e saiu para comemorar com os companheiros.

Desatento às orientações do técnico Muricy Ramalho, o Santos partiu com tudo em busca da virada. O resultado foi o posicionamento grotesco da zaga, que armou linha de impedimento quase no meio-campo. O veloz time do Figueira agradeceu o vacilo e retomou a dianteira do placar num contra-ataque fulminante. Wellington Nem recebeu pouco à frente do círculo central. Ao perceber que os assistentes não assinalaram nenhuma irregularidade, o atacante deu um pique até a pequena área e teve apenas o trabalho de tocar na saída de Rafael.

Indignado, Muricy desferiu um potente soco no banco de reservas e acordou seus atletas. A igualdade santista chegou já nos acréscimos. Aos 46, Felipe Anderson fez o cruzamento da direita e contou com um desvio de cabeça no meio do caminho para assistir de camarote o experiente lateral-esquerdo Léo dominar e bater cruzado para deixar o placar em 2 a 2.

Na segunda etapa, o jogo esfriou. Na tentativa de incendiar o sistema ofensivo do Peixe, Muricy tirou o apagado Alan Kardec para a entrada de Diogo. A tentativa do comandante não funcionou. Do outro lado, o perigoso Figueira chegou ao surpreendente triunfo graças ao pênalti de Léo sobre Wellington Nem. Frio na cobrança, Júlio César se consagrou como o nome do jogo e sacramentou o resultado positivo de 3 a 2.


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Figueirense acaba com longa série invicta do Peixe