O secretário-feral da Fifa, Jérôme Valcke, se defendeu nesta segunda-feira (12) das críticas pelos altos investimentos com dinheiro público desembolsado na Copa do Mundo do Brasil e afirmou que o organismo que representa “não é responsável” por eles.
“É fácil criticar a Fifa, é fácil usar a Copa das Confederações ou a Copa do Mundo para organizar manifestações. Em uma democracia, é possível fazer de tudo”, disse Valcke em entrevista ao site da Fifa.
No entanto, Valcke comentou que “é um erro se o alvo dos protestos for a Fifa ou que a Fifa seja responsável pelo o que acontece no país. Não somos responsáveis pelo o que ocorre em um país”.
O dirigente ressaltou que “a Copa é um modo de acelerar um número de investimentos em um país” e afirmou que os países solicitam organizar o torneio com a ideia de que este contribua para seu desenvolvimento “e não para destrui-lo”.
“Quando o povo diz que colocamos algum (dinheiro) no Mundial que poderia ser usado em outros projetos, digo definitivamente que está equivocado”, afirmou.
Valcke avisou que o Brasil demorará anos para medir os benefícios que a organização do Mundial dará ao país e assinalou que, no caso do Rio de Janeiro, será “mais difícil” calcular o impacto do torneio porque a cidade também organizará os Jogos Olímpicos em 2016.
“Não podemos falar de legado durante ou logo depois do Mundial. Necessitamos de alguns anos para ver qual é o legado”, sustentou Valcke.
O responsável da Fifa avaliou que o Mundial deixará legados na infraestrutura futebolística, na mobilidade urbana e no aumento da capacidade hoteleira.
A alta despesa nos estádios do Mundial e a falta de investimentos em serviços públicos foi um dos motivos dos protestos maciços que ocorreram em todo Brasil em junho e que, com menor afluência de manifestantes, se mantiveram nos últimos meses.
O orçamento dos 12 estádios do Mundial do Brasil 2014 chega a R$ 8 bilhões, segundo o balanço oficial mais recente.
Na maioria das 12 sedes, as Prefeituras e os governos regionais desembolsaram parte dessa fatura e o Executivo brasileiro concedeu créditos a taxas mais baixas que o mercado para financiar as obras.