O meia Felipe, do Fluminense, agrediu cruelmente o jogador Marcos Mendes, do Campinense da Paraíba, em partida válida pela Copa do Brasil e acabou pegando 6 meses de gancho, longe dos gramados. As imagens são estarrecedoras. O árbitro Rodrigo Martins Cintra buscava posicionamento para a cobrança do escanteio quando Felipe deu um murro e uma cotovelada criminosa no jogador de Campina Grande. E, diga-se de passagem, a arbitragem estava com a partida nas mãos.

O erro, neste caso, foi do bandeirinha que deveria ter chamado a atenção do juiz para a agressão do jogador carioca. Como o atleta do Campinense já tinha recebido o cartão amarelo e a disputa entre estes dois atletas estava acirrada, o árbitro ficou atento para ver se o jogador se levantaria com rapidez após sair de campo.

Neste caso, o atleta poderia até ser expulso por tentativa de paralisar a partida. Como recebeu atendimento médico e demorou a voltar, configurou-se um evento de lesão. Era só o que faltava o rapaz ser golpeado e ainda receber o cartão vermelho. Para onde olhava o bandeirinha da partida neste exato momento? Boa pergunta.

A deslealdade deste ato é o reflexo mais cristalino da falta de preparação e equilíbrio psicológico do atleta. Felipe já devia estar acostumado às marcações individuais que sofre por ser um jogador de raro talento. Afirmar que perdeu a cabeça, pois não tinha espaço para jogar é papo furado. Isso é desculpa de futebol de rua. O seu marcador estava cumprindo as determinações táticas do treinador.

A violência das torcidas se transformou em uma pauta recorrente na mídia esportiva nacional. E não é pra menos. Mas, afinal, será que a violência começa na arquibancada e reflete no campo, ou inicia-se nos gramados ecoando por todos os cantos dos estádios?

Que péssimo exemplo foi dado por este atleta que todos admiram, mas que nunca conseguiu triunfar na medida de seu talento por ser incapaz de domar seus rompantes emocionais.

Casos como este devem servir de exemplo para que algo seja feito com urgência. A covardia deste ato poderia ter causado um dano físico sem proporções ao atleta adversário.

O jogador de Campina Grande saiu de campo na maca. Cheguei a temer pelo pior. Como fica a consciência de um jogador após desferir um golpe vergonhoso como este? Será que não se arrepende? Como consegue continuar em campo após tal covardia? As respostas, amigos, estão guardadas no íntimo do jogador do Fluminense.

A torcida do Flu entende que existe um complô contra a equipe tricolor. Já, outros, argumentam que a violência existe em todas as rodadas dos campeonatos regionais. Citam os famosos carrinhos criminosos que, na maioria das vezes, passam impunemente pelos olhos da arbitragem.

Ora, amigos, uma coisa é certa: a violência não pode ser justificada pela violência. Isso é fato. Felipe pode ser um bode expiatório? Talvez. Ele está na mídia, admirado por seu talento. Ano passado, chegou-se ao extremo de compará-lo com Garrincha.

O rapaz não deu conta e agora pede desculpas por seu ato. Uma coisa é certa: ele tem talento de sobra para jogar em qualquer equipe do planeta. Por que não vingou no planeta bola conforme sua inquestionável habilidade? As imagens são claras, certo?

Ao final da partida, os jogadores do Campinense cumprimentaram o árbitro pela brilhante atuação. Eles sabiam que o juiz não teve culpa no lance da agressão. Prova de hombridade e fair play.

O jogador Marcos Mendes, uma hora destas, deve estar em Campina Grande, revoltado com a atitude do jogador carioca. Se a partida fosse entre o Fluminense e um time grande, Felipe talvez pensaria duas vezes antes de partir para a agressão.

De nada adiantou, Marcos Mendes voltou a campo e sua expressão dizia tudo: “Sou Paraíba, macho, sim senhor!”.


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Felipe: mais um talento traído pela emoção