O piloto Tiago Monteiro, piloto da equipe Jordan da F-1, conta sobre sua temporada de estréia na categoria. Mesmo correndo em um time mais fraco, o português subiu no pódio em uma corrida (GP dos EUA), feito inédito no automobilismo de seu país. De quebra, ele é o melhor estreante na temporada.

<b>Virgula Esporte: Tiago, em sua primeira temporada na F-1, você subiu ao pódio e marcou pontos com a modesta Jordan. Como você avalia este seu ano na categoria?</b>
<b>Tiago Monteiro:</b> Um ano em que superei largamente os objetivos inicialmente traçados tanto por mim como pela equipe. Nunca pensei ser possível no ano de estréia conseguir tanta coisa.

<b>VE: Quais suas metas para a próxima temporada? Tem propostas de quais equipes?</b>
<b>TM:</b> O meu objetivo é continuar na F-1. Não está nada definido ainda, estamos em negociações, mas gostaria ficar na Midland/Toyota (futuro nome da Jordan).

<b>VE: No GP Brasil, você disse ter gostado muito da pista de Interlagos. Quais as qualidades que o autódromo tem para tal elogio?</b>
<b>TM:</b> É um traçado que apesar de difícil, me consegui adaptar bem e isso comprovou-se pela minha qualificação (ele foi o 12º, melhor colocação de um português na categoria e da equipe no ano). O asfalto é muito irregular e a prova é percorrida em sentido inverso ao normal. Para muitos pilotos pode não ser o traçado que mais gostam mas eu tive uma boa adaptação e daí o meu favoritismo. O ritmo é muito bom, e tem curvas que são um "real challenge".

<b>VE: Quando você chegou ao pódio, foi justamente na corrida que os carros equipados com Michelin resolveram não correr. Como você viu esse episódio? Você acha que "sujou" seu resultado?</b>
<b>TM:</b> A única coisa que posso dizer a esse respeito é que não concordo com a atitude das outras equipes, pois os times com Bridgestone também tiveram, em muitas ocasiões, problemas com os pneus e nem por isso fizeram boicotes. Quanto ao meu resultado, acho que não ficou manchado, porque todos sabiam que estava a ser efetuado em condições especiais. No entanto, os meus adversários diretos estavam em pista e naquele momento isso é que era importante.

<b>VE: Quais os destaques da atual temporada na F-1?</b>
<b>TM:</b> Pela negativa, a regra dos pneus e da qualificação. Gostava mais da maneira antiga. Não tem lógica haver diferenças de peso tão grandes nos treinos. É pena também não haver mais pneus na sexta-feira para andar um pouco mais.

<b>VE: Com a criação da A1 GP, você espera correr na equipe portuguesa?</b>
<b>TM:</b> Não está nos meus horizontes ingressar na A1 Grand Prix, até porque não seria o caminho ideal para a minha carreira. Estou na Formula 1, o expoente máximo do automobilismo. As cores portuguesas estão muito bem representadas na A1.

<b>VE: Para 2006 haverão mudanças nos carros e eles ficarão mais lentos. Acredita que isso aumentará a competitividade? Por quê?</b>
<b>TM:</b> Penso que sim, que irá pôr as equipes com menos recursos mais perto das da frente e daí uma luta mais interessante. Assim espero…


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F-1: Entrevista com o Tiago Monteiro, da Jordan