Louco para vestir a camisa da seleção brasileira, com projetos para difundir o basquete no Brasil e, claro, querendo um anel de campeão da NBA. Esse é Anderson Varejão, um capixaba que saiu da cidade de Colatina para o mundo. Depois de sua primeira temporada na NBA, Anderson está de férias no Brasil, onde mata as saudades da família e se recupera de uma lesão no tornozelo esquerdo.
Na tarde da quarta-feira (01º de junho) Anderson Varejão visitou a redação do <b>Virgula</b>, onde participou de um <i>chat</i> com nossos internautas e falou com exclusividade ao <b>Virgula Esporte</b>.
<b>Exclusiva com Anderson Varejão</b>
"Tudo começou por volta dos 10, 11 anos de idade. Me inspirei muito no meu irmão, Sandro Varejão". Assim Anderson explica o início de sua carreira. Do Saldanha, do Espírito Santo, o jogador foi para o Franca, no interior paulista. Sua média de 18 pontos, quase 10 rebotes e três tocos por partida chamou a atenção dos espanhóis que o levaram para o Barcelona.
Quase três anos na Catalunha levaram Varejão aos Estados Unidos para atuar na NBA pelo Cleveland Cavaleirs. Estilos diferentes de jogo, mas que não atrapalharam sua adaptação. "O basqute europeu é mais tático, 5 contra 5. E o americano é mais de transição, velocidade, correria e espetáculo. É mais parecido com o nosso", analisa.
Se os esquemas táticos não foram problema, o cotidiano também não foi uma grande dificuldade para o atleta de apenas 22 anos. "No Cavaliers tinha uma pessoa que falava espanhol, então ela me ajudou muito na fase de adaptação. Também fiz algumas aulas e foi o suficiente para conseguir me comunicar. Quanto à cultura, não tenho muitos costumes que atrapalhassem minha adaptação."
Para facilitar ainda mais o número de brazucas na Liga aumenta a cada temporada. "Sempre depois das partidas os jogadores do meu time comentam sobre a atuação dos brasileiros e elogiam bastante", comenta.
Pensa que por estar na NBA ele não quer saber da seleção? "Representar o Brasil é o que mais quero, está em primeiro lugar. Nada melhor que defender meu país. A seleção está acima de tudo", diz com orgulho o ala-pivô (posição 4). Independente da posição talvez jogue como ala menor (na posição 3), dependendo da formação o que Anderson quer é recuperar-se de uma lesão que o deixou fora de 15 jogos do <i>Cavs</i> no início do ano, e que não está 100% curada, e vestir a amarelinha. "Vou fazer um trabalho de preparação física de um mês, malhar bastante e fazer um tratamento intensivo para curar de vez a lesão no pé", revela o jogador.
Anderson acostumou-se a uma realidade bem diferente da brasileira em relação à infra-estrutura das equipes. Enquanto viaja para os jogos no avião de seu time, muitos clubes do Nacional se espremem em longas viagens de ônibus. "É lamentável um situação destas. Atrapalha todo rendimento da equipe. O Brasil precisa valorizar mais seus talentos, respeitar mais o atleta e fazer com que as coisas funcionem melhor", afirma.
Preocupado com o futuro do basquete brasileiro, Anderson analisa que a Nossa Liga (liga independente da confederação) deve ter uma chance e trabalhar em conjunto com a CBB (Confederação Brasileira de Basquete). "Na Espanha e nos Estados Unidos funciona assim e tudo acontece muito bem", conta o camisa 17 do Cleveland Cavaliers.
Com o destaque internacional que ganhou, o atleta quer ajudar os jovens. "Ainda está bem no início o projeto, mas quero criar a instituição Anderson Varejão para difundir o basqute e ajudar as crianças carentes", finaliza uma das esperanças brasileiras na Copa América, em agosto.