Em entrevista exclusiva ao <b>Virgula Esporte</b>, o piloto Danilo Dirani, que compete na F-3 Inglesa conta sobre seu início de temporada e sua busca por este título, além de seu acordo com a BAR e seu teste pela equipe do Ronaldo "Fenômeno" na A1 GP.
<b>Virgula Esporte: Danilo, você começou bem a temporada, venceu as duas primeiras etapas, mas enfrentou algumas dificuldades. Como você analisa o seu primeiro semestre de 2005?</b>
<b>Danilo Dirani:</b> Começamos bem o campeonato, vencemos as duas primeiras provas do ano em Donington Park, mas foi um final de semana onde a experiência da equipe e a minha foram fundamentais para as vitórias, porque o problema com o nosso chassi, Lola, já estava por lá. Mas, por exemplo, caso voltássemos agora para Donington, posso dizer que poderíamos brigar por vitórias de novo.
Como sabem, esse ano corro com chassi Lola e já mostramos que a fábrica tem muito potencial e o carro é competitivo, mas depois de testes – realizados no intervalo entre Monza e Silverstone – verificamos problemas na construção do carro e, com certeza, foi isso o que ocorreu na maioria das provas desse ano.
Analiso como um ótimo primeiro semestre, pois aprendi muito, trabalhando junto de uma fábrica. É diferente, quando você vem com um carro já todo desenvolvido.
<b>VE: O que vai ser preciso para voltar a liderança do campeonato?</b>
<b>DD:</b> Penso em cada corrida, só depende de solucionar os problemas e vencer corridas… Apesar de que o líder do campeonato já está longe, mas vamos tentar até a última volta!
<b>VE: Como piloto, de que forma você reagiu ao "boicote" da Michelin ao GP dos EUA de F-1?</b>
<b>DD:</b> Se os engenheiros da Michelin acharam que os pneus não aguentariam fazer a corrida, acho que foi uma decisão acertada. Afinal a vida dos pilotos é mais importante. O que foi ruim foi ver uma corrida de Fórmula 1 em Indianápolis com 6 carros…
<b>VE: Não são muitos que sabem, mas você faz parte do programa de jovens pilotos da BAR. O quanto isso foi importante para sua carreira?</b>
<b>DD:</b> Estamos ainda acertando os últimos detalhes do contrato, mas eles estão me ajudando no que podem. Acho que hoje é importante você estar junto de uma equipe de Fórmula 1, primeiro porque eles podem te ajudar de alguma forma, em testes, no campeonato que você participa e também por eles já começarem a te conhecer e analisar seu potencial para um dia poder entrar para a equipe.
<b>VE: Em 2006, dois pilotos brasileiros estarão em uma equipe grande, além do Gil de Ferran comandando uma. De alguma forma, futuramente, isso vai facilitar para os pilotos brasileiros chegar à F-1?</b>
<b>DD:</b> O Brasil já mostrou que é um dos maiores celeiros do automobilismo, talvez o Rubinho (Barrichello) e o Felipe (Massa) estando por lá possa nos ajudar. Mas é complicado porque é muita responsabilidade e claro, eles têm que fazer o que for melhor para eles.
<b>VE: Você foi um dos pilotos escalados pelo Ronaldo e o Emerson Fittipaldi para testar pela equipe brasileira na A1 GP. O que você achou desta nova categoria?</b>
<b>DD:</b> É uma categoria que, até fazer o teste, eu não conhecia muita coisa. Mas ao chegar lá vi o quão profissional será pelo grande número de equipes e pilotos bons.
Além de ser um carro bom, rápido, o câmbio se demonstrou ótimo: não sofre atrasos já que é um câmbio semi-automático, feito por borboletas atrás do volante. O motor é feito pela Zytech, mesmos motores que eram usados na F-3000, e o carro feito pela Lola.
Na minha opinião, é um ótimo carro e foi a primeira vez que treinei com um carro mais potente que um F3. Além disso, nenhuma equipe sofreu problemas em dois dias de treinos.
<b>VE: Espera ser o piloto que vá representar o Brasil na A1 GP ou já tem algum acordo com o Ronaldo?</b>
<b>DD:</b> Ainda não tem nada certo, provavelmente será um piloto já renomado no exterior e um outro para ser o piloto de teste e reserva. Mas por enquanto a equipe brasileira não sabe quem vão ser os pilotos. Espero poder testar no próximo treino em Paul Ricard e talvez ser um dos escolhidos.