O ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, foi absolvido em processo civil das acusações de se beneficiar de um contrato sem licitação com o governo do Distrito Federal para organizar um amistoso da seleção brasileira, mas continua respondendo em uma ação penal pelo mesmo caso, disseram os advogados do dirigente e empresário na noite da última terça-feira (18).
“No processo penal ainda não há uma decisão do tribunal, mas confiamos que as coisas também ficarão claras como ocorreu no julgamento civil”, disse o advogado Antenor Pereira Madruga, um dos defensores de Rosell no Brasil.
Segundo um comunicado divulgado pelos advogados de Rosell em Barcelona, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) absolveu a empresa Ailanto Marketing, que pertence ao ex-presidente do clube catalão, da acusação de se beneficiar ilegalmente de um contrato sem licitação para organizar um amistoso entre Brasil e Portugal em Brasília em 2008.
A empresa teria recebido R$ 9 milhões pela organização do jogo sem que o contratante, o governo do Distrito Federal, tivesse aberto uma licitação para escolher a empresa responsável pelo evento.
O mesmo juiz civil manteve as acusações contra o então governador José Roberto Arruda e contra o ex-secretário geral de esportes do Distrito Federal, Agnaldo Silva de Oliveira, de terem se beneficiado do contrato sem licitação.
Ambos foram condenados à perda dos direitos políticos por quatro anos e ao pagamento de multas equivalentes a 50 vezes o salário que recebiam na época das denúncias.
A decisão inicial, no entanto, ainda pode ser revogada e os dois políticos condenados manifestaram sua decisão de recorrer em instâncias superiores.
No caso da Ailanto Marketing, o magistrado considerou que o pagamento recebido pela empresa como organizadora do amistoso “era razoável” e que a companhia “cumpriu com todas suas obrigações”, por isso a absolveu das acusações.
O juiz também declarou “falta de fundamento para processar Sandro Rosell no processo”.
“As coisas ficaram muito claras no processo civil. As despesas foram mostradas e justificadas. Os fatos do processo penal são os mesmos, por isso esperamos uma decisão semelhante”, disse Pereira Madruga.