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Que Alexandre Pato deixou o Internacional para jogar no todo-poderoso Milan (ITA), você já ouviu falar. E também deve saber que o atacante Adriano deixou a Inter de Milão (ITA) para vestir a camisa do São Paulo por seis meses. Mas pouca gente sabe que, no ano de 2007, 1085 atletas abandonaram o Brasil para jogar em outros países. Quase quinhentos (489) voltaram às terras tupiniquins depois de uma temporada lá fora. O retorno de jogadores para o Brasil teve seu ápice em 2005, com 491 atletas. Em 2006, o número baixou para 311.

Os milhões de dólares que envolvem as negociações mais comentadas pela imprensa não são regra geral. Pelo contrário: muitos arriscaram jogar em países como Chipre (2), El Salvador (2), Eslováquia (2), Gabão (1), Geórgia (5), Haiti (1), Índia (10), Irã (1), Kuwait (3), Líbano (3)… São nomes e rostos desconhecidos que vão para o exterior em busca de melhores salários, mas que quase sempre voltam porque, na maioria destes países sem tradição no futebol, a estrutura não é tão diferente da que existe no Brasil.

Que o diga o zagueiro da Portuguesa-SP, Marco Aurélio. Depois de ter jogado no Japão, o jogador passou o ano de 2007 na China, atuando pelo Tianjin Teda F.C. "Achei que ia encontrar um país desenvolvido, mas pensei errado. Fiquei na cidade de Tianjin, a terceira maior do país", diz ele, que conta até uma história engraçada. “Uma vez fui em uma churrascaria que se dizia gaúcha. Mas quando eu entrei, só tinha chinês vestido de gaúcho, porque a carne mesmo era muito ruim”, diz, às gargalhadas.

Dá pra imaginar os perrengues que estes brasileiros passam ao deixarem o Brasil para se aventurarem em países tão diferentes. Se até as estrelas do nosso futebol sempre falam da dificuldade em se adaptar à uma nova cultura, que dizer dos jogadores que chegam a ir sozinhos para fora. "Fui sozinho mesmo. E acabei sofrendo um pouco por causa da frieza do povo", conta o atacante Cristian, do Vila Aurora-MT, que ficou 4 meses jogando em Trinidad e Tobago. A experiência, ele diz, foi válida. Mas quando perguntamos o nome da cidade em que ele ficou, o jogador escorregou. “Nossa, agora você me pegou. Não lembro”, reconheceu, sem graça.

Cristian reclamou da recepção no país. "As pessoas eram muito fechadas, até os jogadores. Aí eu acabava conversando só com os brasileiros que jogavam por lá", conta ele. Pelo menos o número de brazucas na equipe era grande: 8 no total. Apesar disso, o atual jogador do Vila Aurora diz que voltaria a Trinidad e Tobago. "Tenho vontade de voltar", diz. “Mas não seria pelo dinheiro.” Segundo o jogador, o salário não é muito diferente do que é pago por aqui – ao contrário do que se imagina.

Já no caso de Marco Aurélio, o zagueiro que foi parar na China, a aventura valeu a pena principalmente por causa do dinheiro. "Acabei aprendendo a viver com mil dólares por mês e ganhava 30 mil, e lá eles pagam um “bicho” de 200, 300 reais só por você entrar em campo”, conta o jogador. “Quando ganhava uma partida, a premiação chegava a 1.500 dólares."

<a target=_blank hef=http://www.virgula.me/esporte/novo/nota.php?ID=23557>Além da lingua ser um problema, os tradutores também não ajudavam


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Especial: futebol leva brasileiros a todos os cantos do mundo

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