Principal estádio da cidade de São Paulo nos últimos anos e um dos grandes palcos da história do futebol brasileiro, o Morumbi vem perdendo seu protagonismo com o surgimento das novas e modernas arenas do país. As construções do Itaquerão e do Allianz Parque, por exemplo, fizeram com que os conceitos de um local para se jogar futebol e realizar shows em grande escala fossem elevados a um patamar antes não visto no Cícero Pompeu de Toledo e no Brasil.
Como se não bastasse a distância estrutural das novas arenas de Corinthians e Palmeiras para o estádio tricolor, mesmo este tendo reformas pontuais no passar dos últimos anos, o Morumbi segue sofrendo com problemas antigos e quem vem tirando o sono de dirigentes da situação.
Na última quarta-feira (26), por exemplo, diversos setores ficaram alagados por conta da forte chuva que castigou a cidade de São Paulo. O local sofreu dois apagões, sendo que um deles aconteceu faltando pouco menos de 20 minutos para o duelo contra o Atlético Nacional de Medellín, pela semifinal da Copa Sul-Americana.
Morumbi sofre com estrutura e concorrência de rivais
Cabines com rachaduras e infiltrações
Um dos setores do estádio que vem sofrendo com a questão estrutural é a cabine para imprensa escrita e rádios do interior. Com diversas rachaduras, o local acabou ficando completamente molhado e com poças d’água logo após o temporal que atingiu a cidade.
Projeto de reforma vetado
Carlos Miguel Aidar venceu a batalha pela eleição presidencial do clube, mas acabou levando a pior na guerra pela aprovação do projeto de reforma do Morumbi. A proposta sequer foi votada, já que a oposição abandonou o pleito no dia da escolha e mais uma vez as melhorias no local foram adiadas;
A ideia de reforma no Morumbi inclui a cobertura de todo o estádio, a construção de uma arena multiuso para 28 mil lugares e a formação de dois prédios de estacionamento, tudo a custo de R$ 460 milhões.
Sem reforma, sem shows, sem dinheiro
A não votação e aprovação do projeto de reforma do Morumbi não afeta apenas o futebol. Os diversos shows que aconteciam no estádio, como os de astros como Paul McCartney, Maddona e AC/DC, agora aconteceram na nova casa do Palmeiras, deixando assim os camarotes do estádio tricolor sem muita funcionalidade e receita para o clube.
Fora os shows, o estádio do São Paulo, sem a reforma de modernização, perde também no quesito de realização de eventos corporativos e competições internacionais, como as partidas de futebol dos Jogos Olímpicos Rio 2016, que acontecerão em São Paulo e a Arena Corinthians pinta como a grande favorita por atender ao tão falado padrão Fifa.
Jogos de tênis, lutas de MMA encontros religiosos e diversos outros eventos de grande escala poderiam ser realizados no estádio do São Paulo, caso ele passasse por essa reforma tão aguardada. Carlos Miguel Aidar, em abril deste ano, chegou a dizer que a nova estrutura era essencial para que o estádio do clube não virasse a “quarta força” do estado, atrás das arenas Corinthians, Palmeiras e até em Barueri.
“A cobertura do São Paulo traria o Morumbi para os estádios padrão Fifa e traria uma arena multiuso que passará a ser a mais requisitada do país – a arena seria construída a partir do espaço de parte das arquibancadas. Conheço algumas das maiores arenas do mundo, a 02, em Londres, mas nem essa não tem 28 mil lugares. A nossa proporcionará todos os grandes espetáculos, grandes eventos, jogos de tênis, lutas de MMA, apresentações de orquestras de música erudita, vestibulares, encontros religiosos, tudo isso será possível. E se não tivermos aqui, as outras que estão vindo ai passarão a ser os novos palcos, e o Morumbi servirá apenas para o São Paulo mandar seus jogos”, disse o presidente, em entrevista ao site da ESPN.