A Conmebol suspendeu de forma provisória a Associação Uruguaia de Futebol (AUF) de vários de seus principais direitos no meio da crise do futebol nacional, embora a participação na Copa do Mundo deste ano não esteja em risco.
A notícia da suspensão foi anunciada em comunicado divulgado nesta quinta-feira (03) pela AUF em seu site na mesma nota em que confirma que Wilmer Valdez é seu novo presidente, em substituição a Sebastián Bauzá, que renunciou na última segunda-feira (31).
Entre os direitos suspensos estão o de participar e votar nos congressos do organismo e o de propor candidatos à direção e aos órgãos disciplinares. Na resolução, não está incluído o item que impede os países de participarem dos campeonatos de seleções ou inscrever seus clubes nas competições organizadas pela Conmebol.
Além disso, por uma questão hierárquica e jurisdicional, a confederação não está autorizada a impedir que um de seus membros participe de um Mundial, poder exclusivo da Fifa.
Na resolução divulgada pela AUF, a Conmebol acrescenta que embora a suspensão seja de caráter imediato, deverá ser submetida à ratificação do Congresso Ordinário da entidade sul-americana, marcado para o dia 9 de junho, em São Paulo.
A associação uruguaia tem agora um período de 72 horas para recorrer, mas decidiu formar uma comissão de quatro juristas para analisar se isso é necessário, já que, na opinião do organismo, a punição “não causa prejuízos no âmbito esportivo”.
O futebol uruguaio se encontra imerso em sua maior crise dos últimos anos, instigada em parte por um conflito entre os clubes junto com a AUF e o governo do presidente José Mujica.
Há uma semana, o presidente decidiu retirar a polícia dos estádios do Peñarol e do Nacional, as duas principais equipes do país, após vários incidentes violentos graves protagonizados por alguns de seus torcedores.
Embora Mujica tenha suavizado a medida, Bauzá renunciou na última segunda. Na quarta, os clubes anunciaram que o dirigente seria substituído por Oscar Curutchet, presidente do Danubio, mas ele recuou pressionado por Peñarol e Nacional e pelas disputas internas pela venda dos direitos televisivos da seleção na Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Por fim, quem assumiu foi Wilmer Valdez, atual presidente do Rentistas.