Há cerca de dois meses, o clássico de Madri decidiu a Copa
do Rei, jogada em apenas uma partida. Favoritíssimo, o Real Madrid foi
surpreendido pelo forte e bem montado time do Atlético e perdeu a taça. Nos 2 a
1, quem fez o gol da vitória foi o ex-zagueiro do São Paulo, Miranda, que
revelou que um de seus filhos havia pedido para que ele marcasse contra os merengues.
A entrevista está no site do diário esportivo espanhol AS,
nesta sexta-feira (19), e o atleta também enalteceu o estilo do técnico da
Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, e seu sonho de jogar a Copa do Mundo
de 2014.
“Foi um dos momentos mais importantes da minha vida.
Principalmente por termos acabado com o tabu contra o Real Madrid. Depois de 14
anos sem ganhar e, no meu caso, fazer o gol da vitória foi incrível”, disse, lembrando
seu gol na prorrogação que consagrou os Colchoneros em pleno estádio Santiago
Bernabéu, casa do oponente.
O defensor comentou sobre a paixão de seus filhos pelo
Atléti. João Vitor, de sete anos, e Lucas, de três, pediram ao paizão que
marcasse um gol e que saísse campeão, e falou de sua diferença entre os demais jogadores
de sua posição que o faz sobressair.
“Pagam a um bom zagueiro para que ele defenda bem, para que
impeça o oponente de marcar gols. Mas para que ele seja realmente reconhecido,
tem que saber marcar gols também. Fazer um gol em um momento como aquele,
contra o Real Madrid e cumprindo o desejo dos meus filhos… foi sem dúvida o
momento mais importante da minha carreira e o gol mais importante da minha vida”,
lembrou.
Miranda ainda comparou o jeito de trabalhar de seu técnico,
o argentino Diego Simeone, ao de Luiz Felipe Scolari.
“Felipão tem estrela. É campeão mundial. Os jogadores o
respeitam e consegue fazer com que eles deem a vida em campo por ele. Um estilo
mais ou menos parecido com o de Simenone, que taticamente é um dos melhores que
já trabalhei e que consegue tirar o melhor de cada atleta”, opinou.
Garantindo não ter ficado triste por não ter ido à Copa das
Confederações, comentou que só assistiu à final, pois “um jogo do Brasil contra
a Espanha numa final no Maracanã não dá para perder”. Para ele, seu objetivo é
a Copa do Mundo de 2014.
“Jogar um Mundial é mais que um sonho. Mas para chegar lá,
tenho que jogar no mais alto nível e ajudar o Atlético a estar no melhor nível
durante toda a temporada. Meu objetivo principal é fazer o melhor trabalho
possível no clube e, assim, voltar à Seleção e ser convocado para o Mundial”, relatou.
O zagueiro ainda comentou que acredita que, apesar da
superioridade brasileira no jogo que deu o título aos pentacampeões, a Espanha
continua “um passo à frente” de todos os outros times nacionais, mas que em
hora de decidir, a camisa amarela e sua tradição pesam mais.