O papa Francisco, primeiro pontífice argentino e o latino-americano da história, lembrou nesta terça-feira (13) o gol do atacante René Pontoni, do San Lorenzo, seu time do coração, durante um encontro privado com as seleções de futebol da Itália e Argentina.
“Lembro quando era criança que íamos ao estádio, em particular o campeonato de 1946”, disse. O pontífice contou que ia assistir a um jogo junto com seus pais e lembrou quando ficou impressionado com o gol de Pontoni.
O papa Francisco, que hoje completa cinco meses à frente do pontificado, falou em espanhol com as duas equipes, que amanhã disputarão em Roma uma partida amistosa em sua honra.
O pontífice pediu que os atletas vivam o esporte como “um dom de Deus, uma oportunidade para fazer frutificar vosso talento, mas também com uma responsabilidade”.
Durante a reunião, Francisco lembrou aos jogadores que com seu “modo de se comportar, tanto no campo como fora dele, na vida, são um ponto de referência”.
“Para tantas pessoas que o veem como admiração são um modelo, no bem e no mal”, disse, convidando a dar “um exemplo de lealdade, respeito e altruísmo” a fim de ser “artífices de compreensão e de paz social”.
O papa Francisco lembrou que os jogadores são “uma referência para muitos jovens e um modelos dos valores encarnados na vida”.
Ambas as delegações presentearam o papa com uma oliveira, em lembrança da plantada pelo arcebispo em Buenos Aires na Praça de Maio, que será replantada simbolicamente amanhã no estádio olímpico de Roma para depois ser levada aos jardins vaticanos.
Perante os diretores e jogadores de ambos os países, entre eles Lionel Messi, o papa Francisco, ex-arcebispo de Buenos Aires e torcedor confesso do San Lorenzo, pediu que seja eliminada dos estádios toda “discriminação” e que, embora o futebol tenha se transformado em um negócio, não perca nunca o caráter esportivo.
“Será um pouco difícil para mim encorajar uma ou outra (seleção amanhã), mas por sorte é um amistoso. E que seja verdadeiramente assim, eu peço”, disse o pontífice às duas delegações na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano.
A delegação argentina entregou vários presentes ao papa, entre eles uma bandeja de prata e uma réplica talhada em madeira da estátua de São Francisco de Assis.
Capitaneados pelo presidente da Federação de Futebol Argentina, Julio Grondona, também entregaram uma camiseta da seleção com o nome de Francisco e assinada por todos os jogadores .
Por sua vez, os jogadores italianos entregaram ao papa uma camiseta da seleção nacional.
A oliveira, símbolo de vida, paz e singeleza, valores que se identificam com a ordem franciscana, foi dada por ambas as seleções e já é denominada “a oliveira da amizade entre Itália e Argentina”.