O português José Mourinho, durante sua apresentação como novo técnico do Chelsea, realizada nesta segunda-feira (10), afirmou que ele é o treinador que “acabou com a hegemonia do Barcelona” no futebol espanhol e prometeu aos torcedores ingleses “estabilidade” em sua segunda passagem pelo clube londrino.
“Se dei algum prejuízo ao futebol espanhol é porque fui o treinador que acabou com a hegemonia do Barcelona”, declarou o português no Stamford Bridge, ao comentar as palavras do meia Andrés Iniesta, que, segundo a imprensa local, teria afirmado que Mourinho causou “prejuízo” durante sua passagem pelo Real Madrid.
Além de alegar ter conquistado “o que queria” no clube madrilenho – “ganhar os três títulos nacionais” e alcançar “o recorde de melhor equipe na história da Espanha” -, o treinador português declarou que vencer a Liga dos Campeões com os ‘blues’ não será uma “obsessão” para ele, já que o mesmo possui duas conquistas em seu currículo, com o Porto, em 2004, e com o Inter de Milão, em 2010.
“A primeira decisão que tive foi de deixar o Real Madrid. Depois, foi uma questão de analisar a situação e as possibilidades para decidir que vir para cá era o melhor para minha felicidade”, declarou o português ao explicar seu retorno ao clube, uma contratação que, inclusive, era pedida pelos próprios torcedores.
A apresentação de Mourinho no Stamford Bridge também abriu sua segunda etapa à frente da equipe londrina, onde ganhou duas ligas inglesas em seu primeiro período como técnico, de 2004 até 2007.
Depois de quase uma década, o português, de 50 anos, assegurou que não mudou sua “personalidade” e nem sua “natureza”, embora tenha advertido que, desta vez, chega a Londres com uma “perspectiva distinta” em relação a sua primeira passagem, iniciada pouco tempo depois do mesmo ter conquistado sua primeira Liga dos Campeões com o Porto.
“Se quiserem me colocar um apelido agora deveria ser ‘The Happy One’ (‘O feliz’)”, afirmou Mourinho ao fazer uma alusão ao apelido de “The Special One”, como era chamado durante sua primeira passagem pelo clube.
Mourinho ressaltou que sua relação com o dono do Chelsea, o magnata russo Roman Abramovich, nunca foi ruim, como havia assegurado a imprensa britânica durante sua saída. “Se tivesse sido, não estaria aqui agora”, ressaltou o treinador português.
Em relação aos quatro anos de contrato assinado com os ‘blues’, Mourinho afirmou que pretende respeitá-lo “até o último dia”, prometendo dar “estabilidade” a um clube que teve oito treinadores desde 2007.
Durante sua apresentação, Mourinho também se mostrou contente por ter reencontrado alguns dos jogadores com quem já havia trabalhado, como Frank Lampard, John Terry e Petr Cech, embora tenha advertido que ninguém terá vaga garantida na equipe e que estabelecerá uma “meritocracia”.
Perguntado pela polêmica sobre a suplência do goleiro Iker Casillas no Real Madrid, o português apontou que ninguém terá “privilégios” em sua equipe por ter uma “uma grande carreira profissional em suas costas”.
“Quero manter boas relações com todo o mundo, mas o mais importante é manter uma boa relação comigo mesmo. Se achar que alguém merece jogar, eu farei isso”, declarou Mourinho.
“Sou eu sou quem decide quem joga ou não. O fato dos jogadores, da imprensa e dos torcedores aceitarem é uma questão deles”, acrescentou o português, que completou: “O Campeonato Inglês não é como o espanhol, que fica restrito “a dois” (clubes), mas é uma competição mais aberta, que se pode perder mais pontos e na qual as vitórias chegam com trabalho duro e qualidade”, finalizou.