Solto após habeas corpus concedido pela Justiça, o ex-jogador Edmundo não deve mais voltar para a cadeia. A lentidão no Judiciário pode fazer com que o ex-atleta, condenado a quatro anos e meio de prisão, cumpra apenas dois dias de pena.
O ex-atacante havia sido detido na madrugada de quinta-feira pela Polícia Civil de São Paulo em um flat na Rua Amauri, no Itaim Bibi. Em março de 1999, Edmundo Alves de Souza Neto, de 40 anos, foi condenado a quatro anos e meio de prisão, em regime semi-aberto.
O ex-jogador foi responsável pela morte de três pessoas em acidente de carro em 1995, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. Edmundo, na época no Flamengo, saiu de uma boate acompanhado de três mulheres quando colidiu sua Cherokee com um Fiat Uno.
Três pessoas que estavam no Fiat morreram e outras três ficaram feridas; o laudo da perícia concluiu que Edmundo estava em alta velocidade. Na ocasião, ele chegou a passar uma noite na cadeia em função dos homicídios culposos e das lesões corporais, também culposas.
Na terça-feira desta semana, o juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da Vara de Execuções Penais do Rio, determinou a prisão de Edmundo. No entanto, a defesa do ex-jogador alegou que o processo está prescrito desde 2007, 12 anos após o acidente.
Para o juiz aposentado Luiz Flavio Gomes, a defesa de Edmundo está certa. Segundo ele, o caso prescreveu devido à lentidão da Justiça. Já o magistrado Carlos Eduardo Carvalho, do Rio de Janeiro, entende que o caso só deveria prescrever após a decisão do Tribunal de Justiça, em 1999. Em entrevista ao repórter Thiago Samora, o desembargador concorda que a discussão é polêmica, mas enfatiza que o excesso de recursos alonga os processos.
Em 1999, o atacante Edmundo ficou preso durante um dia, quando o Tribunal de Justiça do Rio homologou a decisão em primeira instância. No dia seguinte, a defesa conseguiu habeas corpus e solicitou a revisão do caso no Superior Tribunal Justiça.
O STJ confirmou a condenação do ídolo das torcidas do Palmeiras e do Vasco, mas não pediu a sua prisão. Nesta semana, o STF confirmou a pena de quatro anos e meio. Edmundo ficou preso apenas uma noite em São Paulo e não deve mais voltar para a cadeia.
A polícia paulista cumpriu a prisão do ex-atacante e comentarista esportivo após receber uma denúncia anônima.Uma equipe da Polinter do Rio veio a São Paulo para transferir Edmundo, mas, quando chegou, soube que o ex-atleta havia conseguido habeas corpus.