A Fifa está preocupada com as obras no Brasil para a disputa da Copa do Mundo de 2014. O comitê Organizador do Mundial havia estipulado um prazo até este segunda-feira (3), para que as obras dos estádios que serão utilizados na competição começassem. Mas isso não aconteceu, pelo menos em boa parte das sedes escolhidas.
Cobrando urgência do país, a Fifa, através do seu secretário-geral, Jerome Valcke deixou nítida a preocupação com os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Além dos estádios, as obras de infra-estrutura também se tornaram motivo de receio por parte dos membros da entidade máxima do futebol.
“Recebi alguns relatórios sobre estádios e não está nada bom. É incrível como o Brasil está atrasado, e não estou falando apenas de Morumbi ou Maracanã, mas de todos os estádios. Muitos dos prazos já expiraram, e nada aconteceu. O Brasil não está no caminho certo”, disse Valcke, em entrevista a jornalistas brasileiros que acompanhavam um evento na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, onde a Fifa distribuiu ingressos aos operários que trabalharam na construção dos estádios da Copa de 2010.
Irônico, Jerome Valcke usou o carnaval e as eleições como eventos que podem atrasar ainda mais os preparativos do país para o Mundial de 2014.
“O Brasil está há muito tempo querendo uma Copa, mas agora tem que se mexer. Tem de fazer isso pela América do Sul, não só pelo Brasil. A Copa é amanhã de manhã. Este ano há eleições, para tudo. Ano que vem, carnaval, para de novo. É preciso aproveitar o tempo disponível para fazer as coisas”.
E sobraram críticas até mesmo para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Segundo o secretário-geral da Fifa, enviar comunicados por escrito para as cidades-sede não é o suficiente para acelerar os preparativos para a Copa. “Não adianta ficar mandando cartas. Muito pouca coisa foi feita. É hora de agir”, disse.
Mesmo com toda a insatisfação e preocupação com as obras, Valcke descartou uma possível troca de sede para o Mundial de 2014.
“As pessoas questionaram muito a Copa na África, mas o Brasil está mostrando que é muito difícil fazer uma por lá também. Vocês têm a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, mas têm de fazer por onde”, finalizou.
