De maneira dramática, com direito a dois gols sofridos nos últimos 10 minutos, o Borussia Dortmund se classificou nesta terça-feira (30) para a final da Liga dos Campeões da Europa mesmo com a derrota por 2 a 0 para o Real Madrid no estádio Santiago Bernabéu.

Karim Benzema, aos 38, e Sergio Ramos, aos 43 minutos do segundo tempo, balançaram as redes. Mais um gol garantiria a classificação do time madrilenho, que agora lamenta as muitas oportunidades perdidas nos 15 primeiros minutos de jogo.

Com vantagem de 4 a 1 obtida no jogo de ida, o time alemão resistiu a um verdadeiro massacre e viu os donos da casa desperdiçarem boas chances. Depois de até ter pressionado na etapa final, o time de Dortmund precisou resistir de maneira dramática para se classificar.

Mesmo com a derrota de hoje, o Borussia Dortmund voltará a uma decisão de Liga dos Campeões, o que não acontecia desde a temporada 1996/1997, quando levantou a taça ao bater a Juventus. No dia 25 de maio, no estádio de Wembley, a equipe enfrentará quem se classificar no duelo entre Barcelona e Bayern de Munique.

Esta foi a primeira vitória do Real Madrid sobre o rival em quatro duelos na atual edição da competição continental. Além do 4 a 1 do jogo de ida das semifinais, o Borussia havia vencido por 2 a 1 na Alemanha pela fase de grupos, e depois houve empate em 2 a 2.

Para buscar a virada, o Real foi escalado ofensivamente, com o meia Modric ganhando a vaga do volante Khedira. Sem Arbeloa na lateral direita, e como o técnico José Mourinho não mostrou confiança em colocar um dos reservas Albiol e Ricardo Carvalho na zaga para passar Sergio Ramos para o lado do campo, o volante Essien mais uma vez foi utilizado na lateral.

Entre os brasileiros, Marcelo foi vetado outra vez por lesão, Kaká ficou no banco e Casemiro não foi relacionado.

O Borussia veio a campo com seu time completo, o mesmo que garantiu a vitória por 4 a 1 no jogo de ida. Mesmo o lateral direito Piszczek, que apresentou problemas físicos nos últimos dias, foi confirmado entre os titulares. Felipe Santana, mais uma vez, ficou no banco de reservas.

O apito inicial fez ser levada para dentro das quatro linhas a “Operação Remontada”, que o próprio clube iniciou com o vídeo “Você é a nossa força”, dedicado aos torcedores. Assim, a pressão madrilenha foi total desde o primeiro momento, com o Dortmund mais recuado, tentando, sem grande sucesso, sair no contra-ataque.

A primeira boa chegada aconteceu logo aos 3 minutos de jogo, quando Modric roubou bola de Schmelzer na intermediária ofensiva, rolou para Özil, que serviu Higuaín com extrema categoria. O atacante argentino, no entanto, demorou para finalizar a bateu em cima de Weidenfeller, que fechou bem o ângulo.

Mais cinco minutos e nova chegada do Real, quando em boa trama ofensiva, Özil carregou bem pela direita e fez a bola chegar até Cristiano Ronaldo. O português encheu o pé de dentro da área, mas chutou por cima do gol.

Algoz do jogo de ida por ter marcado quatro gols, Lewandowski apareceu bem aos 12 minutos, ao receber na área, ajeitar e finalizar para boa defesa de Diego López. No lance seguinte, veio a resposta com Cristiano Ronaldo, que acertou belo chute, para ótima defesa de Weidenfeller.

Acuado no campo de defesa, tentando explorar os contra-ataques, o Borussia sofreu um duro golpe com a saída de Götze. O jovem meia, já negociado com o Bayern de Munique, se queixou de dores e deu lugar a Grosskreutz, que era a primeira opção caso Piszczek não atuasse.

A mil por hora, o jogo não parava. Aos 14 minutos, Özil foi lançado e disparou em velocidade, mas quando ficou cara a cara com o goleiro alemão, finalizou muito mal, para fora, perdendo a grande chance da primeira etapa.

Aos poucos, mesmo sem seu camisa 10, o Borussia começou a se soltar mais e tentar chegar ao ataque, esfriando, inclusive, o torcedor do Real Madrid. Tentando agredir em alta velocidade, os donos da casa esbarraram no mau posicionamento de seu ataque, que provocou vários impedimentos, a maioria com Higuaín.

Precisando fazer três gols em 45 minutos, sem poder levar nenhum, o time da casa voltou sem qualquer alteração. O Borussia Dortmund também voltou sem qualquer alteração para a etapa final.

Apesar da necessidade do Real, que mostrou que voltaria com tudo no segundo tempo, a primeira chance de gol foi do Borussia Dortmund, logo aos 4 minutos, quando Lewandowski recebeu dentro da área, mas finalizou de canela, jogando por cima do gol.

O polonês ficou perto de se redimir do lance anterior logo aos 5, quando recebeu de Reus, invadiu a área e disparou um foguete, que explodiu no travessão do gol defendido por Diego López e ainda quicou muito perto da linha, provocando calafrios no torcedor do Real Madrid.

Levando pressão e vendo o adversário tomar conta do jogo territorialmente, logo aos 11 minutos José Mourinho fez duas alterações, colocando Kaká e Benzema nos lugares de Fábio Coentrão e Higuaín. Assim, o Real passou a atuar com três homens mais recuados, Ramos, Essien e Varane, e o resto do time era quase todo ataque.

Se era mais ofensivo, o time madrilenho também se tornou mais exposto. E em uma jogada rápida, Grosskreutz ajeitou para Reus que cruzou para Lewandowski, sozinho na área, bater forte para o gol, mas parar em grande defesa de Diego López.

Com uma linha de cinco jogadores no ataque, o Real Madrid tentou ameaçar de novo aos 21 minutos, quando a bola passou de pé em pé até chegar em Di María, que recebeu sozinho e bateu para fora. Logo depois ao lance, Mourinho fez sua última alteração, com Khedira no lugar de Xabi Alonso.

Com Kaká aparecendo bem, o Real Madrid passou a dominar completamente as ações ofensivas. Aos 27 minutos, o brasileiro recebeu de Di María e cabeceou para fora. Três minutos depois, Lewandowski teve nova chance para encostar em Cristiano Ronaldo na artilharia da Champions, mas na hora de bater acabou travado por Essien.

Aos 33 minutos do segundo tempo, houve um lance que gerou muita reclamação entre os madrilenhos: Cristiano Ronaldo tentou carregar a bola dentro da área do rival, mas parou na marcação. Jogadores e comissão técnica do Real reclamaram muito com o árbitro inglês Howard Webb, que não considerou o lance faltoso.

O jogo voltou a pegar fogo aos 38 minutos de jogo, com participação fundamental de Kaká e Benzema. O primeiro deu passe para Özil, que partiu pela direita e cruzou na medida para o segundo bater firme, vencer Weidenfeller e abrir o placar.

A partir daí, acabou qualquer resquício de tática. Enquanto o Borussia se fechou na defesa, o Real veio desesperadamente para o ataque, deixando apenas dois homens na defesa. Para esfriar o jogo e tentar segurar o ímpeto ‘merengue’, três minutos após o gol, Jürgen Klopp colocou Kehl no lugar de Lewandowski.

Aos 43 minutos, brilhou a estrela do alemão Weidenfeller, que fez defesa espetacular em chute de longa distância de Benzema. Na sequência da jogada, o francês apareceu mais uma vez, ao receber bola na área e rolar para trás. Daí surgiu Sergio Ramos, que já jogando como atacante, encheu o pé, fazendo 2 a 0.

A um gol da eliminação, foi feita mais uma mexida no Borussia, a última, com Felipe Santana entrando na vaga de Blaszczykowski. Para aumentar o drama da equipe alemã, o Howard Webb deu cinco minutos de acréscimo no segundo tempo.

Mesmo com toda tensão, o time alemão se segurou. Nem a ida do goleiro Diego López para o ataque, em uma cobrança de escanteio adiantou para o time madrilenho, que deu adeus ao sonho de conquistar o 10º título europeu de sua história.


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Dortmund leva 2 gols nos 10 minutos finais, mas segura pressão e elimina Real

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