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Ele está com 50 anos e ainda treina exaustivamente, mas de uma forma bem diferente do que em seus 30 anos de automobilismo. Tem espaço para criatividade, precisa seguir regras rígidas como antes, mas correr, hoje em dia, não fica bem para o aprendiz de DJ e ex-piloto das Fórmulas 1 e Indy. Boesel está há mais de um ano na nova atividade, mas afirmar que ele trocou de profissão é correr o risco de ser desmentido no próximo grande prêmio nacional. Na verdade, não abandonou de vez as pistas. “Faço uma ou outra prova comemorativa, como as Mil Milhas Brasileiras, por exemplo.” A diferença é que, entre as corridas, cada vez mais espaçadas, ele ouve muita música, passa horas em frente ao seu equipamento de som e toca nas noites (cada vez menos espaçadas) paulistanas e de outros Estados. O ex-piloto continua ligado aos motores. É diretor esportivo da categoria nacional Porsche Kart e só não manteve mais estreitos os vínculos com o automobilismo porque não quis. “Recusei convites para ser manager ou técnico de equipes. Tive propostas boas, daqui e do exterior, até para ser sócio de algumas, mas acabei não aceitando.” Nas picapes, ele seria um cinquentão iniciante. Nada que o incomode. “Estaria numa espécie de Fórmula-3 dos DJs”, compara, em referência à categoria dos que já são velhos para correr em kart, mas ainda não têm idade e lobby suficiente para ingressar na Fórmula 1. “Ainda chego lá”, brinca. “Pelo menos venho treinando e me dedicando muito.” O público das festas costuma ter a idade de seus dois filhos, um de 19 e outro de 24 anos. “Apesar de ter 50 anos, sou uma pessoa um pouco diferente. Tenho uma cabeça bem aberta, com uma mentalidade jovem”, justifica. <b>DEDICAÇÃO TOTAL</b> O mais fácil na adaptação foi trocar o ensurdecedor barulho dos paddocks pelo House Progressivo e o Tech House, seus estilos favoritos. “Complicado foi mostrar para as pessoas desse meio que eu estava a fim de me empenhar e realmente transformar a carreira de DJ em profissão.” Depois de um começo de muita desconfiança, logo perceberam que ele não era um oportunista. “Não é um hobbie, não é uma diversão momentânea. É um projeto de vida, a longo prazo. Estou me dedicando 100% porque sei que é isso o que quero fazer”, diz. Prova de que Raul Boesel mergulhou de vez nesse mundo é ele não se incomodar com o retorno financeiro bem menor do que o da época dos circuitos. “Não estou nessa área musical por uma questão econômica”, garante. “Penso que só se consegue mais dinheiro depois de se aplicar muito em uma atividade. Quem sabe daqui a alguns anos eu possa receber melhor, mas não é isso o mais importante pra mim no momento.” Sempre gostou de música, mas se considerava leigo no assunto até dois anos atrás. “Só curtia esse tipo de som, mas não conhecia a história, não sabia o que era um compasso, nada.” Começou a levar a sério a área no início de 2007, quando conheceu o DJ, produtor e músico Fábio Castro. “Fiz aulas com ele por quase seis meses e, depois disso, treinei bastante, 5, 6 horas por dia. Cheguei a ficar 8 horas, queria aprender o mais rápido possível.” Estudioso e metódico em tudo o que faz, Boesel pediu algum tempo – quatro dias, na verdade – para listar as suas dez músicas favoritas. São elas, sem ordem de preferência: 1- Drama (Muzzaik) 2- Soultech (Simon & Shaker Remix) 3- Welcome (Netrunner,Patrick Kunkel) 4- Prog 100 (Torro Remote) 5- Icicle (Patric La Funk) 6- Dark Flower (Robert Babicz) 7- Get Wild ( Sharam) 8- Europa (Pryda) 9- Mr. White (Ruben de Ronde Remix) 10 – Monday ( Jean Claude Ades Remix) <b>CONTINUAÇÃO</b> <a target="_blank" href="http://www.virgula.me/esporte/novo/nota.php?ID=26272">O dia em que Emerson Fittipaldi ficou boquiaberto com Raul Boesel</a></p>
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