Realizado e organizado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), o primeiro campeonato da Copa do Mundo aconteceu em 1930, no Uruguai, e teve uma pausa nos anos de 1942 e 1946, por conta da Segunda Guerra Mundial. De lá pra cá, momentos incríveis marcaram as edições deste campeonato de futebol que atrai a atenção de todo o planeta.

 

Listamos 10 momentos marcantes e inesquecíveis das Copas do Mundo.

 

1 – O dia mais negro (1950)
Tudo estava preparado para a grande festa brasileira. Ainda uma seleção desconhecida no cenário mundial, o Brasil chegava à final da Copa do Mundo pela primeira vez, em casa. Um time repleto de craques, 200 mil pessoas no Maracanã, na época o “Maior do Mundo”, jogando por um simples empate contra o Uruguai. Mas os uruguaios se mostraram convidados muito inconvenientes na festa brasileira, endurecendo o jogo. Depois de sair na frente, o Brasil permitiu o empate e, no fim da partida, Ghiggia definiu a virada rival diante de uma torcida atônita. O episódio ficou conhecido como Maracanazzo, e é até hoje considerado a página mais triste da história do nosso futebol.

 

2 – O milagre de Berna (1954)
Os alemães operaram um verdadeiro milagre na cidade suíça de Berna na Copa de 1954. De forma totalmente inesperada, derrotaram o fabuloso time comandado pelo craque Puskas, o “Major Galopante”, num dos jogos mais surpreendentes da história do futebol. Na primeira fase, a Hungria havia massacrado os reservas alemães por 8 a 3. Na final, foi o time adversário que endureceu e derrotou os favoritos por 3 a 2. O episódio foi tão marcante que deu origem ao filme “O Milagre de Berna”, de 2003. A seleção húngara, que encantava o mundo desde 1952, quando foi campeã olímpica, acabaria sem conquistar nenhuma Copa do Mundo, já que sua geração de craques foi dispersada em 1956, perseguida pelo regime comunista. Exilado na Espanha, Puskas integraria o histórico e supervencedor time do Real Madrid das décadas de 50 e 60.

 

3 – A Superação de Beckenbauer (1970)
Superação. Essa palavra define a atuação do “Kaiser” Beckenbauer na histórica semifinal contra a forte Itália, na Copa do México. Perdendo por 1 a 0 desde os 8 minutos do primeiro tempo, os alemães chegaram ao empate apenas aos 45 minutos da segunda etapa. O craque alemão deslocou o ombro durante o período, mas não pôde deixar o campo porque todas as substituições já haviam sido realizadas. A determinação de Beckenbauer, o camisa 4 da Alemanha e que jogou com uma tipóia, não impediu a derrota alemã em uma prorrogação histórica: cinco gols em poucos minutos definiram o triunfo da Itália por 4 a 3. O astro seria recompensado com um título mundial quatro anos mais tarde. 

 

4 – Derrota do futebol-arte (1974)
Vinte anos depois de conquistar sua primeira Copa do Mundo, a Alemanha Ocidental voltou a surpreender o mundo. Naquela que é considerada uma das maiores derrotas do futebol-arte na história das Copas, o Carrossel Holandês, que sob o comando do craque Johan Cruijff e do técnico Rinus Mitchels revolucionou a tática do futebol, foi superado pelo time alemão por 3 a 1. A Holanda chegou a abrir o placar logo no inicio do jogo, mas permitiu a virada alemã. A derrota lançou uma sombra de desconfiança sobre a eficiência do futebol-espetáculo praticado pelo Holanda. Um detalhe interessante: na primeira fase do torneio, a Alemanha Ocidental perdeu para a Alemanha Oriental, no único jogo entre as duas seleções numa Copa do Mundo, e dessa forma “fugiu” de um confronto prematuro com a Holanda.

 

5 – A decepção de Zico (1986)
Após a decepção de ver o Brasil eliminado na segunda fase da Copa de 1982 com um time brilhante, o técnico Telê Santana buscou a redenção no Mundial seguinte. No papel, a equipe da Copa do México era inferior, mas a boa campanha até as oitavas de final empolgou a torcida. Nas quartas de final, uma pedreira contra a França. No segundo tempo, com o jogo empatado em 1 a 1, coube ao ídolo Zico, que havia acabado de entrar, a responsabilidade de bater um pênalti decisivo. O Galinho teve a cobrança defendida pelo goleiro Bats e o jogo foi para a prorrogação, que terminou sem gols. Invicto, o Brasil acabou derrotado por 4 a 3 nos pênaltis e o atacante que encantou o mundo na década de 1980 encerrou a carreira sem o título de uma Copa.

 

6 – Argentina vence “missão impossível” contra o Peru (1978)
Em casa, a Argentina jogava sob pressão do governo militar para conquistar seu primeiro título mundial. No entanto, o time chegou às semifinais com uma grande desvantagem na tabela. A única chance de tirar o Brasil da decisão seria se os hermanos batessem o time do Peru, que vinha apresentando um bom futebol, por uma diferença de pelo menos quatro gols. Missão impossível? Pois o time da casa venceu por 6 a 0, em uma partida sob forte suspeita de suborno. Em seguida, garantiu o título após derrotar a Holanda por 2 a 0 na final.

 

7 – Maradona e a “mão de Deus” (1986)
A Copa do Mundo de 1986 teve um dono, o grande craque Diego Maradona. Nas quartas de final, num dos jogos mais lembrados e mais polêmicos da história das Copas, a Argentina derrotou a Inglaterra por 2 a 0, com dois gols de Maradona. No primeiro, uma pintura, o craque partiu do meio de campo e foi driblando meio time inglês para marcar aquele que é considerado o gol mais belo de todas as Copas do Mundo. Mas como se isso não bastasse, também marcou, no mesmo jogo, o mais polêmico: com uma ajudinha da famosa “mão de Deus”, deu a vitória à Argentina, que seria bicampeã mundial.

 

8 – A cabeçada do ídolo (2006)
Um dos maiores ídolos do futebol mundial, o francês Zinedine Zidane já havia anunciado sua aposentadoria e se preparava para uma despedida de gala da seleção de seu país: a final da Copa do Mundo de 2006. Após grandes atuações ao longo da competição, o atacante era o centro das atenções na partida decisiva, contra a Itália. O jogo foi nervoso do início ao fim, mas ninguém esperava uma reação como a de Zidane. Após ouvir de Marco Materazzi ofensas à sua irmã durante a prorrogação, Zidane não teve dúvidas: acertou uma cabeçada no peito do zagueiro. Acabou expulso e assistiu o italiano mal-educado se dar bem no final: a Itália levou o título após vencer nos pênaltis.

 

9 – A honra dos ingleses e o gol que nunca entrou (1966)
Inventores do futebol, os ingleses jamais haviam conquistado uma Copa do Mundo. Por isso, o título em casa era visto como uma obrigação em 1966. Na final, o empate em 2 a 2 com a Alemanha Ocidental levou a decisão para a prorrogação. O título veio num chute de Geoff Hurst, que nunca entrou. A bola bateu no travessão e quicou em cima da linha. A arbitragem, provavelmente influenciada pelo clima favorável aos ingleses, validou o lance, que até hoje é polêmico. No fim, Hurst ainda marcou mais um, tornando-se o primeiro jogador a marcar três gols numa final de Copa do Mundo. Com a vitória de 4 a 2 sobre a Alemanha, a honra dos inventores do futebol estava salva.

 

10 – Viradas brasileiras de tirar o fôlego (1958 e 1962)
Após o trauma da Copa de 1950, a torcida brasileira viveu fortes emoções. No Mundial de 1958, que revelou ao mundo o talento de Pelé – então com apenas 17 anos -, a equipe voltou à decisão. A Suécia, dona da casa, saiu na frente com apenas três minutos de jogo. Didi, um dos líderes do Brasil em campo, mostrou tranquilidade: pegou quase dentro da rede e a levou calmamente para o meio-campo. Seis minutos depois, o alívio: Vavá empatou. Foi a deixa para a seleção canarinha se impor e vencer o jogo por 5 a 2. Até hoje, é o maior placar em uma final de Copa do Mundo. Quatro anos mais tarde, no Chile, o Brasil estava de novo na final. Aos 15, Masopust colocou a Tchecoslováquia na dianteira. Mais uma vez, o time verde e amarelo sua capacidade de reagir: em apenas dois minutos, Amarildo empatou. No segundo tempo, gols de Zito e Vavá garantiram o bicampeonato brasuca.

 

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Dez momentos marcantes da história da Copa do Mundo