O velocista paralímpico sul-africano Oscar Pistorius voltou ao Superior Tribunal de Pretória nesta segunda-feira e, diante da juíza Thokozile Masipa e de familiares da modelo Reeva Stteenkamp, novamente negou ter tido a intenção de matar sua namorada com uma emocionada desculpa.
Em sua esperada declaração, Pistorius disse “não poder imaginar a dor” que a família sofre pela perda da modelo Reeva Steenkamp, que o atleta confessou ter matado a tiros em fevereiro do último ano. No entanto, o velocista alega ter confundido Reeva com um intruso que teria invadido sua casa.
“Todas as manhãs, quando me levanto, são as primeiras pessoas nas quais penso e pelas quais rezo”, declarou Pistorius com uma voz muito emocionada, quase inaudível, ao se dirigir à família Steenkamp.
Convocado ao tribunal como segunda testemunha de defesa, Pistorius seguiu seu depoimento relatando que, desde que matou sua namorada, passou a tomar antidepressivos e comprimidos para dormir, além de ter muito perdido peso.
“Tenho pesadelos terríveis, acordo e sinto cheiro de sangue”, explicou o velocista paralímpico.
Questionado por seu advogado, Barry Roux, Pistorius, de 27 anos, prosseguiu citando lembranças de sua infância e de como suas duas pernas foram amputadas com menos de um ano, já que nasceu sem fíbula (perônio) e tíbia.
Pistorius – a segunda testemunha a declarar pela defesa depois do legista Jan Botha – também relembrou incidentes relacionados a sua condição de portador de deficiência, incluindo abusos por parte de outros alunos no colégio.
O corredor também enfatizou o medo de ter sua casa assaltada, algo que, segundo ele, possui desde os tempos em que vivia com sua mãe, Sheila, que morreu quando o velocista tinha 15 anos. Antes de encerrar suas declarações, Pistorius ainda relatou as constantes ausências do pai, Henke, que, por sua vez, não compareceu ao Superior Tribunal de Pretória desde o início do julgamento – no último dia 3 de março.
Nos Jogos Olímpicos de Londres, disputados em 2012, Oscar Pistorius se transformou no primeiro atleta com as duas pernas amputadas a disputar uma Olimpíada.