A seleção brasileira mostrou força nesta terça-feira ao derrotar Portugal de virada, por 3 a 1, em amistoso disputado na cidade americana de Boston, em jogo marcado por disputas acirradas, muitas faltas, principalmente contra Neymar, que marcou uma vez na partida.
Os vice-campeões europeus em 2004 até saíram na frente do placar, com gol de Raul Meireles, aos 17 minutos da primeira etapa, após início ruim da seleção comandada por Luiz Felipe Scolari na partida.
Os brasileiros não se acomodaram nem mesmo diante de algumas entradas duras dos portugueses e buscaram a virada ainda na etapa inicial, com gols de Thiago Silva aos 23, e de Neymar, aos 34, este segundo um golaço, com direito a fila de adversários ultrapassada. Na etapa final, Jô fechou a conta aos 4 minutos.
Depois de atuar no Brasil e nos Estados Unidos, a seleção embarcará em outubro para uma turnê asiática. No dia 12, o adversário será a Coreia do Sul, em Seul. Três dias depois, o compromisso está agendado para Pequim, contra a seleção de Zâmbia.
A seleção portuguesa, por outro lado, tem compromissos decisivos pelas Eliminatórias europeias para a Copa do Mundo: primeiro contra Israel e depois contra Luxemburgo. O objetivo nestes jogos é ultrapassar a Rússia, líder do grupo F, e assim carimbar o passaporte para a competição do ano que vem no Brasil.
Para o jogo contra seus ex-comandados, Luiz Felipe Scolari praticamente repetiu a equipe que iniciou o duelo com a seleção australiana. A única mudança foi a saída de Marcelo, que sofreu lesão muscular e deu lugar a Maxwell. Já Oscar, recuperado de entorse no tornozelo direito começou no banco.
Portugal, por sua vez, apresentou duas mudanças com relação ao time que bateu, dramaticamente, a Irlanda do Norte, por 4 a 2, pelas Eliminatórias. Cristiano Ronaldo, lesionado, e Hélder Postiga, expulso na partida, deram lugar a Nani e Nélson Oliveira.
Antes de a bola rolar, duas lendas do futebol mundial atraíram todos os holofotes, uma brasileira e outra portuguesa: Pelé e Eusébio. Eles receberam homenagens dos organizadores do duelo e dos dirigentes das federações de ambos os países. A dupla de ídolos foi efusivamente aplaudidos pelo público presente no Gillette Stadium.
Quando a bola rolou, o clima de festa ficou para trás. Os jogadoresde ambas as seleções mostravam muita disposição e houve espaço até para entradas mais ríspidas, como a de João Pereira em Neymar logo no segundo minuto de jogo.
O clima quente continuou, e três minutos depois, o lateral direito do Valencia fez uma falta sem bola no atacante do Barcelona e acabou punido com cartão amarelo pelo árbitro americano Juan Guzman.
Aos 9, outra vez Neymar se envolveu em jogada com falta e levou amarelo. Após uma falta em Pepe, em que o zagueiro chegou a derrubar o goleiro Rui Patrício, o atacante brasileiro acabou sendo punido pela arbitragem.
Quando os jogadores se preocuparam com futebol, os portugueses foram os primeiros a levar perigo. Após cruzamento da direita de João Pereira, Raul Meireles apareceu como homem surpresa e, de cabeça, acertou a trave, deixando Julio César sem reação.
E o volante do Fenerbahçe voltou a aparecer ao 17 minutos do primeiro tempo. Após chute de Miguel Veloso, Maicon tentou recuar de cabeça para o goleiro brasileiro, mas o camisa 16 foi mais rápido, ficando com a bola e tocando de leve para empurrar a bola para dentro das redes, abrindo o placar do duelo.
A primeira chegada efetiva do Brasil aconteceu aos 21 minutos de jogo, quando Neymar recebeu na entrada da área e bateu cruzado, parando na defesa de Rui Patrício. No rebote, Bernard tentou driblar o goleiro, mas acabou se jogando na área, para depois pedir pênalti, ignorado por Juan Guzman.
Na sequência da jogada, Neymar cobrou escanteio com precisão e Thiago Silva se agigantou sobre a zaga portuguesa, testando com muita força, sem dar chances para defesa de Rui Patrício, igualando o marcador do jogo.
O bom futebol não anulou o clima tenso da partida. Tanto é que aos 29 minutos da etapa inicial, o zagueiro Bruno Alves desferiu uma cotovelada no camisa 10 da seleção brasileira. O jogo chegou a ser paralisado para o atendimento de Neymar, mas a arbitragem sequer marcou falta contra os portugueses.
O lance parece ter servido de mais motivação para o craque do Barcelona, que aos 34 minutos recebeu na intermediária, fez fila na zaga adversária e bateu com categoria para virar o placar, deixando os portugueses de cabeça ainda mais quente.
Três minutos depois, o 10 da seleção apareceu bem de novo, dando passe magistral para Paulinho, que serviu David Luiz para bater cruzado. Se não fosse a intervenção de Fábio Coentrão, Bernard poderia ter marcado. No escanteio, quem ficou perto de fazer o terceiro foi o meia do Tottenham, que após bola escorada por Thiago Silva, finalizou da pequena área por cima do gol.
Com a mesma formação na etapa final, a seleção brasileira manteve o ritmo, e chegou ao gol logo aos 4 minutos. Após jogada de Neymar, Maxwell recebeu na esquerda e cruzou para Jô, que aproveitou a defesa batida e só empurrou para o fundo das redes, ampliando o placar para 3 a 1.
Ao longo do segundo tempo os técnicos aproveitaram para fazer alterações. Algumas forçadas, como a saída do lateral esquerdo português Fábio Coentrão, que com aparente lesão muscular deu lugar a Antunes. No Brasil, Felipão colocou Oscar no lugar de Ramires.
Aos 24 do segundo tempo, o técnico Paulo Bento até tentou ousar, lançando o centroavante Hélder Postiga no lugar de João Pereira. Apesar da mexida, foi a seleção brasileira que esteve perto de marcar, cinco minutos depois, quando Neymar serviu Hernanes – que entrou no lugar de Bernard, mas o meia teve finalização cortada pela zaga.
Faltando dois minutos para o fim, quando o placar já parecia definido, Luiz Felipe Scolari tirou Neymar, que saiu muito aplaudido pela torcida. Em seu lugar entrou Lucas, que mais uma vez teve pouco tempo para jogar e quase nada pôde mostrar.
Ficha técnica:
Brasil: Julio César; Maicon, Thiago Silva, David Luiz e Maxwell; Luiz Gustavo, Paulinho (Henrique) e Ramires (Oscar); Bernard (Hernanes), Neymar (Lucas) e Jô (Alexandre Pato). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Portugal: Rui Patrício; João Pereira (Hélder Postiga), Bruno Alves, Pepe (Luís Neto) e Fábio Coentrão (Antunes); Miguel Veloso, João Moutinho (Ruben Amorim) e Raul Meireles; Nani, Vieirinha (Licá) e Nélson Oliveira. Técnico: Paulo Bento.
Árbitro: Juan Guzman (EUA), auxiliado por seus compatriotas Peter Manikowski e Adam Wienckowski.
Gols: Thiago Silva, Neymar e Jô (Brasil); Raul Meireles (Portugal).
Cartões amarelos: Neymar e Ramires (Brasil); João Pereira e Bruno Alves (Portugal).
Estádio: Gillette Stadium, em Boston (Estados Unidos).
