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Qualquer torcedor do Flamengo com menos de 18 anos se arrepende de não ter ‘nascido antes para ver o maior ídolo do clube, Zico, desfilar sua habilidade em campo. Assim eu também me sentia até este domingo, quando vi de tão perto que não acredito até agora um dos maiores jogadores da história do futebol bater uma bola: Zinedine Zidane.
O jogo não era oficial; ao contrário: era uma verdadeira pelada, com vários ex-jogadores fora de forma correndo (e se cansando) atrás da bola. Mas a emoção de ver o craque francês receber a bola, olhar para a frente com aquela pose clássica de um camisa 10 e dar um passe preciso passa longe da importância do evento. O importante ali era apreciar a classe de Zidane.
Mesmo em uma quadra de futsal que parecia estranhamente pequena para quem estava acostumado a ver o francês em campos enormes Zidane mostrou porque uma multidão de amantes da bola sente saudades da época em que o ex-jogador vestia a camisa da França, da Juventus-ITA ou do Real Madrid-ESP.
Porque, além de toda a técnica e rapidez de raciocínio, Zidane veste aquela aura de herói, de rei, de lenda. Estar perto dele, observando sua precisão, seus dribles e até sua falta de jeito com aquela bola pequena faz qualquer um se sentir, no mínimo, importante por ter a sorte de estar ali.
Porque Zidane não é só aquele jogador que acabou com o Brasil em 1998 e em 2006. A prova disso foi o carinho recebido pelo francês em sua passagem de um dia por São Paulo: se Ronaldo, Kaká ou Ronaldinho Gaúcho estivessem ali, não seriam mais aplaudidos do que Zinedine. O ex-jogador francês representa o símbolo máximo de um futebolista: vitorioso, habilidoso, incontestável.
Mesmo vendo-o atuar depois de 2 anos como aposentado, em uma quadra de futsal contra um combinado de ex-jogadores quarentões, me senti em uma final de Copa do Mundo, jogo empatado e aos 45 do segundo tempo acontece um gol do Brasil. Ou de Zidane: a admiração por uma arte não faz distinção de nacionalidades.