Entre as inúmeras preocupações que existem com a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, dois pontos chamam a atenção: a corrupção e o atraso nas obras necessárias para o evento. Tentando evitar irregularidades ou o superfaturamento, algumas entidades criaram um comitê que exige transparência com os gastos, algo elogiado pela Controladoria-Geral da União, uma vez que, aponta o órgão, é fundamental a participação da sociedade nesta luta.
Para Isabela Moreira Corrêa, gerente de Promoção de Ética e Integridade da CGU, os olhos do povo são decisivos para o governo. O Instituto Ethos já criou o programa Dentro e Fora dos Estádios, que deve monitorar as ações do governo através de acordos setoriais. Porém, a sociedade entre Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e o Comitê Organizador Local está distorcendo a organização.
Entre as questões que devem ser esclarecidas, de acordo com Jorge Abraão, presidente do Instituto Ethos, está o fato de que, até o caso ser revelado, Teixeira poderia ficar com todo o lucro obtido pelo COL. Já o ex-jogador Raí, que comanda a organização não governamental Atletas pela Cidadania, pediu a colaboração da sociedade em entrevista ao repórter Daniel Lian.
Ex-meia de São Paulo, Paris Saint-Germain e da seleção brasileira, ele se mostrou preocupado com a imagem do país, que será afetada por escândalos de corrupção, pedindo que o Brasil não cometa os mesmos erros que atingiram os Jogos Pan-Americanos de 2007, cometidos no Rio de Janeiro, quando as obras emergenciais, muito mais caras, foram utilizadas em diversos casos, facilitando o desvio de recursos para os envolvidos.