<br>
O grupo alemão Adidas, número dois mundial em equipamentos esportivos, se beneficiou amplamente com a Copa do Mundo da Alemanha no segundo trimestre, segundo dados publicados nesta quarta-feira e que revisaram em alta suas previsões para a marca.
"O Mundial superou todas as nossas expectativas", comentou o presidente da Adidas, Herbert Hainer. "Superamos todos os recordes de vendas", acrescentou.
O volume de negócios entre abril e junho aumentou 60%, chegando a 2,4 bilhões de euros.
A Adidas, patrocinador oficial do evento, também equipou seis seleções na competição, entre elas a anfitriã, Alemanha, a finalista França, e a Argentina. A empresa alemã vendeu mais de três milhões de camisas das suas seleções.
Ao contrário de seu principal adversário, a Puma, que vendeu mais, mas teve seus lucros reduzidos pelos custos de marketing, a Adidas também se beneficiou do Mundial em seus resultados líquidos, que chegaram a 83 milhões de euros, contra os 67 milhões de euros no segundo trimestre de 2005.
Os investidores, um pouco inquietos pela explosão dos custos, depois das cifras da Puma na semana passada, comemoraram as notícias e a ação aumentou 1,71%, chegando a 362 euros na Bolsa de Frankfurt.
"Como no primeiro trimestre, a Adidas mostrou resultados muito sólidos", comentou Nils Lesser, analista do banco Merck Finck. O especialista esperava que a empresa "mantivesse ou ultrapassasse seus objetivos de 2006".
A Adidas também lucrou com os resultados obtidos pelo fabricante de esquis Salomon, que afetaram seus lucros no segundo trimestre de 2005, assim como o da consolidação da compra da Reebok, adquirida no ano passado.
As vendas do grupo nos Estados Unidos praticamente duplicaram, graças à marca americana. A Reebok, porém, continua problemática. O volume de pedidos em fins de junho apresentava uma queda de 13% em comparação com o mesmo período do ano anterior, e a Adidas espera por uma queda de 5% nas vendas este ano.
"Mas se a Reebok se comporta exatamente como havíamos pensado quando a adquirimos, haverá uma melhora nos resultados da marca, trimestre após trimestre", disse Hainer.
A transferência do patrocínio da Liga americana de basquete da Reebok para Adidas, decidida em abril, contribuiu para a queda dos pedidos. Mas, em contrapartida, beneficiou a Adidas, carro-chefe do grupo, que espera um aumento anual da ordem de 10% nas vendas da empresa das três listas, em vez de um crescimento de um dígito como se previa até agora.
No total, a Adidas prevê para este ano um crescimento de 15% do volume de negócios e um lucro líquido da ordem dos 500 milhões de euros, muito acima dos 383 milhões de euros de 2005.