O tempo era de ditadura militar e a situação política do Brasil era de uma permanente bomba prestes a explodir enquanto o general Garrastazu Médici comandava o país. As campanhas oficiais pregavam "Brasil, Ame-o ou Deixe-o". A insegurança de toda população, inclusive do militares, era constante.

A década de 70 começou assim no Brasil. No entanto, o dia 21 de junho de 1970 ficou marcado com carinho na mente dos brasileiros. Brasil e Itália disputaram neste dia a final da Copa do Mundo, no México. Final de jogo: Brasil 4 x 1 Itália. Ao final da partida o capitão Carlos Alberto repetiu o gesto de Bellini em 58 e ergueu a taça Jules Rimet, que passa a ser do Brasil por ser o primeiro a conquistá-la três vezes.

Até mesmo aqueles que não haviam nascido na época guardam a Copa do México com um sentimento especial. Quem ama futebol e nunca viu Jairzinho marcar em todas as partidas daquele Mundial? Ou então a defesa do goleiro inglês Banks na cabeçada de Pelé? E o chute do Rei antes do meio-de-campo contra a Tchecoslováquia na estréia que por pouco não entrou?

Entre tantas lembranças do futebol, a seleção de 1970 tem um espaço especial na história. Depois de conquistar a Copa de 1958 e 1962, caiu na primeira fase em 66 e foi para o México em 70 com uma certa desconfiança da população que amargava a repressão.

Naqueles duros dias de 1970 — dos quais não vivi, mas muito ouvi— a seleção canarinho trouxe para o Brasil a Jules Rimet e com ela um raio de sol para dias negros. Politica é politica e futebol é futebol, mas naquele instante o pensamento geral era <i>A taça é nossa!</i>


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Copa de 70: Alegria do futebol em meio à ditadura