O Comitê Olímpico Britânico (BOA, na sigla em inglês) expôs nesta segunda-feira à Corte Arbitral do Esporte (CAS) seus argumentos para manter suspensos dos Jogos Olímpicos de Londres os atletas já flagrados em exames antidoping.
Nos últimos 20 anos, os atletas britânicos condenados por usar substâncias proibidas ficaram vetados de todas as competições olímpicas, algo que poderia mudar antes de Londres 2012 se o CAS der razão à Agência Mundial Antidoping (AMA).
No processo, cuja resolução será conhecida em abril, a AMA alega que a norma britânica transgride a regulação geral do organismo, argumento que de última hora poderia permitir a vários atletas britânicos participarem dos Jogos Olímpicos deste ano.
Entre eles, está o velocista Dwain Chambers, suspenso por dois anos em 2003 por consumo de anabolizantes, e o ciclista David Millar, que em 2004 admitiu ter tomado EPO e também cumpriu dois anos de suspensão.
Chambers, de 33 anos, medalha de bronze nos 60 metros rasos no Mundial Indoor de Istambul no sábado passado, admitiu à emissora “BBC” que espera ansioso a possibilidade de o CAS anular a norma britânica que o impede de participar dos Jogos Olímpicos.
“Mesmo se voltasse a ter a oportunidade de participar, ainda teria de me classificar. Os jovens são cada vez mais rápidos e eu estou me tornando mais velho, o que se torna cada vez mais difícil”, disse o atleta.
Ao término da audiência, o presidente do Comitê Olímpico Britânico, Colin Moynihan, se mostrou “otimista”, embora “cauteloso”, de que o tribunal manterá as sanções eternas àqueles que tenham sido flagrados no exame antidoping.
Dias atrás, o presidente da BOA defendeu a manutenção da norma britânica porque, em sua opinião, os Jogos Olímpicos “devem ser uma celebração esportiva, e não uma competição entre laboratórios farmacêuticos”.