O confronto caminhava favorável ao Manchester United, que vencia por 1 a 0 em casa, mas a expulsão do meia Nani facilitou o trabalho do Real Madrid, que conquistou uma vitória por 2 a 1 de virada em Old Trafford e se classificou para as quartas de final da Liga dos Campeões.
Todos os gols em Manchester foram marcados no segundo tempo. Sergio Ramos, contra, fez 1 a 0 para o United logo aos dois minutos. Aos 10, porém, Nani recebeu cartão vermelho e mudou o rumo da eliminatória. Com um homem a mais, o Real virou graças a Modric e Cristiano Ronaldo, que balançaram a rede uma vez cada, aos 21 e aos 23.
Nas quartas pela terceira temporada consecutiva, o time de José Mourinho espera agora o sorteio dos próximos confrontos, que acontecerá no próximo dia 15, em Nyon (Suíça). Já aos ‘Diabos Vermelhos’ resta a luta pelo título do Campeonato Inglês, em que tem 12 pontos de vantagem na liderança.
O técnico Alex Ferguson surpreendeu ao deixar o atacante Wayne Rooney no banco. Com isso, Nani voltou a começar jogando e Welbeck formou duplo de ataque com Van Persie. O único desfalque foi o zagueiro, que estava recuperado de lesão no tornozelo, mas ficou de fora do treino de segunda-feira.
No Real, José Mourinho não surpreendeu. Varane ganhou de vez a briga por posição com Pepe na zaga. Kaká, que tinha chances de ser titular, ficou entre os reservas, mas entrou ainda no primeiro tempo graças à lesão de Di María. Já Marcelo sequer foi relacionado para a partida.
Convocado nesta terça para os amistosos da seleção brasileira contra Itália e Rússia, Kaká não foi decisivo, mas teve boa atuação. O meia por pouco não balançou a rede, acertando a trave direita de De Gea no “apagar das luzes”.
O jogo começou com classificação do Manchester United, para quem o 0 a 0 favorecia. Com isso, foi o Real quem atacou mais nos primeiros minutos. O primeiro lance de perigo aconteceu aos 11 minutos, em jogada argentina. Higuaín recebeu de Di María, tirou a marcação e bateu perigosamente à esquerda do alvo.
A resposta dos donos da casa veio três minutos depois, com uma bela troca de passes, que culminou com cruzamento de Giggs. Van Persie ajeitou para o meio e Sergio Ramos fez o corte na pequena área.
Aos poucos, o United foi fazendo valer sua força como mandante, e aos 20 minutos o time teve a melhor chance do primeiro tempo. Giggs cobrou escanteio e Vidic cabeceou na trave. Welbeck ainda tentou aproveitar o rebote, mas estava impedido.
O próprio Welbeck disparou pela esquerda com certa liberdade, aos 25, invadiu e área e encheu o pé. De carrinho, Sergio Ramos bloqueou providencialmente.
O Real chegou a balançar a rede, aos 33 minutos, mas a jogada foi bem invalidada pela arbitragem. Sergio Ramos ganhou a disputa com Van Persie pelo alto e tocou para Higuaín, que, em posição irregular, mandou para a rede.
Um minuto depois, foi a vez de os ‘Diabos Vermelhos’ assustarem novamente, com o goleiro do time visitante como vilão e herói. Van Persie chutou forte e Diego López rebateu para frente, entregando nos pés de Welbeck. O atacante finalizou e desta vez o substituto de Casillas fez linda defesa.
Os primeiros 45 minutos foram movimentados e faltou apenas o gol. Mas logo aos dois da primeira etapa passou a não faltar mais. Welbeck e Van Persie tentaram e foram travados, mas Nani conseguiu cruzar rasteiro para o próprio Welbeck, que resvalou e viu Sergio Ramos marcar contra.
A alegria pelo gol deu lugar, em oito minutos, para a apreensão nos donos da casa. Nani exagerou na força ao dividir com Arbeloa e foi expulso direto, sem ter recebido o amarelo antes.
Como se previa, iniciou-se uma pressão dos madrilenhos, que, contudo, não mostravam muita organização em um primeiro momento. Após o escanteio, aos 15, Varane cabeceou, Higuaín deu um leve toque e Rafael tirou quase em cima da linha.
Quando passou a tocar mais a bola, o Real iniciou a reação, que foi iniciada aos 21 minutos. Modric, que substituíra Arbeloa instantes antes, tabelou com Sergio Ramos, deixou Carrick na saudade e soltou uma bomba que morreu no canto esquerdo de De Gea. Foi apenas o segundo gol do croata pela equipe de Madrid.
A torcida espanhola ainda comemorava o empate, quando, dois minutos depois, Cristiano Ronaldo virou o placar. Özil tocou de letra para Higuaín, que bateu cruzado para gol de carrinho do craque português.
Eterno ídolo do United, CR7 até não comemorou efusivamente, mas gesticulou pedindo calma, o que costuma fazer contra o rival Barcelona. Foi o oitavo gol dele na ‘Champions’, em que é o artilheiro isolado.
Quem tinha que sair para o jogo agora eram os ‘Diabos Vermelhos’, mas era nítido o peso de se jogar com um a menos. Aos 28, Evra foi acionado na cobrança de falta pela esquerda e levantou para cabeçada de Welbeck.
Diego López defendeu firme. Em duas jogadas seguidas, aos 37 e aos 38 minutos, o substituto de Casillas se destacou novamente, em cabeçada de Carrick e finalização de Van Persie. Nessa segunda tentativa, Rooney ainda ficou com o rebote, mas emendou de primeira por cima.
A saída desesperada do time anfitrião abria espaço para contra-ataques dos visitantes. Num deles, aos 43, Kaká foi lançado por Modric, invadiu a área pela direita e chutou no canto. A bola bateu na trave e nas costas de De Gea, que conseguiu segurar.
Precisando de dois gols àquela altura, o United ainda deu um último suspiro, aos 47 minutos, mas teve a eliminação confirmada por um milagre de Diego López. Van Persie bateu escanteio, Vidic cabeceou firme e o goleiro, com um belo salto, protagonizou uma defesa de cinema.
