<p>O an&uacute;ncio do nome de Diego Maradona como novo t&eacute;cnico da Sele&ccedil;&atilde;o Argentina provocou um efeito esperado e um inesperado. Era evidente que, por ter erguido uma Copa do Mundo como jogador e mais tarde i&ccedil;ado ao comando do selecionado sem nunca haver trabalhado como treinador antes, ele seria comparado a Dunga. Mas o argentino n&atilde;o gostou nadinha e rejeitou a compara&ccedil;&atilde;o, alegando que os estilos s&atilde;o completamente diferentes: disse que, ao contr&aacute;rio de Dunga, nunca bateu e que o brasileiro dava botinadas e ele esquivava-se delas.</p>
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<p>Provavelmente esqueceu daquele baile de 3 x 1 do Brasil sobre a Argentina em 1982, quando, depois de ser humilhado em campo por Zico, S&oacute;crates, Falc&atilde;o e companhia, aplicou uma entrada t&atilde;o grosseira em Batista que o brasileiro deve ter at&eacute; hoje em na virilha as marcas das travas da chuteira direita de Maradona. Recebeu o merecido cart&atilde;o vermelho e , quando voltou &agrave;s copas, quatro anos depois, no M&eacute;xico, a&iacute; sim eternizou-se como craque.</p>
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<p>Mas tamb&eacute;m &eacute; inexato dizer que a inexperi&ecirc;ncia de Maradona como comandante anterior &agrave; Sele&ccedil;&atilde;o &eacute; igual &agrave; de Dunga: entre 1994 e 1995, treinou dois pequenos times argentinos, o Deportivo Mandiy&uacute; e o Racing de Avellaneda, com os quais totalizou tr&ecirc;s vit&oacute;rias em 23 jogos. Al&eacute;m disso, apesar de ter a palavra final sobre convoca&ccedil;&otilde;es e escala&ccedil;&otilde;es, ter&aacute; a seu lado Carlos Bilardo, que o dirigiu na campanha vitoriosa de 1986.</p>
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<p>O efeito inesperado foi a ampla rejei&ccedil;&atilde;o do p&uacute;blico argentino, por quem Maradona &eacute; muito admirado, mesmo entre a torcida do River Plate, principal rival do Boca Juniors, time que o novo t&eacute;cnico defendeu e de quem sempre foi torcedor. Uma enquete convocada pela vers&atilde;o online do jornal argentino <em>La Nacion </em>apontava, at&eacute; o fim da tarde de ontem, 73,89% dos 15.496 internautas votantes qualificavam como &quot;errada&quot; a decis&atilde;o de colocar o craque como t&eacute;cnico da Sele&ccedil;&atilde;o. No mesmo jornal, um artigo do rep&oacute;rter Daniel Arcucci pondera que Diego pode estar colocando em risco o mito Maradona.</p>


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Com sua indicação como técnico rejeitada pela torcida, Maradona recusa ser comparado a Dunga