A Seleção Brasileira não encontrou dificuldades para bater a Austrália por 6 a 0, em amistoso disputado neste sábado (7) no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, que acabou marcado pelo público baixo presente nas arquibancadas e por ter sido a primeira vitória após o título da Copa dos Confederações.
Jô, duas vezes, e Neymar abriram o placar da vitória ainda nos primeiros 45 minutos. Na etapa complementar, com muitas mudanças, a equipe de Luiz Felipe Scolari manteve o ritmo e ampliou com Ramires, Alexandre Pato e Luiz Gustavo.
A sonora goleada de hoje se iguala a vitória obtida sobre a Bolívia, em amistoso disputado em 31 de janeiro de 2002, como o mais expressivo resultado da Seleção Brasileira sob o comando do técnico gaúcho. Também iguala o maior placar contra a Austrália, repetindo a final da Copa das Confederações de 1997.
Com ingressos variando entre R$ 90 (cadeiras superiores atrás dos gols) e R$ 500 (camarotes), era visível o baixo número de espectadores no estádio da capital federal. O público divulgado foi de 40.996 pessoas, pouco considerando que a carga total colocada à venda foi de 70 mil entradas.
Além disso, protestos e confrontos entre policiais e manifestantes, podem ter afastado o público que desejava assistir ao duelo. Desde a manhã, atos ocorreram em todo o país. Em Brasília, começaram no Museu da República, passaram pelo Congresso Nacional e depois seguiram para o estádio, ocorrendo inclusive durante a partida.
Esta foi a primeira vitória do Brasil após o título da Copa das Confederações deste ano. Depois da conquista obtida com o 3 a 0 sobre a Espanha, a equipe de Felipão só havia feito um jogo, perdendo para a Suíça por 1 a 0, em amistoso.
Para a partida de hoje, além dos desfalques de Daniel Alves, Hulk e Fred, cortados por lesão, o técnico Luiz Felipe Scolari ainda acabou ficando sem Oscar, que se machucou durante treino na quinta-feira (5).
Com isso, Maicon, Ramires, Bernard e Jô ganharam vaga no time titular. Isso representou uma mudança de posicionamento na seleção, que entrou em campo com quatro meias de ofício, e tendo Neymar e Jô mais avançados.
Na seleção australiana, os principais desfalques foram o lateral direito Luke Wilkshire, do Dínamo de Moscou, e o atacante Tim Cahill, do New York Red Bulls. O grande destaque da escalação, assim, foi o goleiro Mark Schwarzer, do Chelsea, que completará 41 anos no mês que vem.
Os desfalques da seleção pouco afetaram no ímpeto da Seleção Brasileira. Logo aos 3 minutos, Neymar recebeu na área e finalizou para o gol, mas o chute saiu fraco e Schwarzer fez a defesa, com segurança.
Mais quatro minutos e o “quarentão” pouco pode fazer, quando Neymar cruzou, Bernard chutou de primeira, acertando a trave, e no rebote, Jô apareceu como legítimo centroavante, para fuzilar e abrir o placar, para alegria do pequeno público presente no Mané Garrincha.
Dominando o jogo completamente, a equipe de Felipão por pouco não ampliou aos 15 minutos, quando Ramires recebeu na esquerda e cruzou para que Neymar marcasse. A arbitragem, no entanto, marcou impedimento do volante do Chelsea, anulando a jogada.
Insatisfeito, o craque do Barcelona seguiu buscando seu gol e por pouco não o fez em grande estilo. Após receber de Bernard, o camisa 10 se livrou de quatro adversários e soltou a bomba. A bola acabou passando por cima do travessão e saindo pela linha de fundo.
As redes australianas voltaram a balançar aos 33 minutos do primeiro tempo, em lance “atleticano”. Companheiros até o mês passado, Bernard e Jô mostraram entrosamento, com o meia dando cruzamento certeiro para o atacante, que arrematou de bate-pronto para fazer o segundo gol da seleção.
Com a porteira aberta, um minuto depois saiu o terceiro brasileiro. Ramires fez lançamento primoroso ainda da intermediária defensiva e achou Neymar, que disparou e tocou na saída de Schwarzer para ampliar.
Aos 42 minutos do primeiro, o camisa 10 do Brasil “tabelou” com o volante Jedinak e pegou sobra na entrada da área. Em lance parecido com o gol que marcou, Neymar deu leve toque, mas desta vez errou o alvo, finalizando pela linha de fundo.
Para o segundo tempo, o técnico Luiz Felipe Scolari foi obrigado a fazer uma alteração, tirando Marcelo, que se sentiu lesão na coxa no fim da etapa inicial, colocando Maxwell em seu lugar.
O domínio contra uma apática seleção australiana seguiu na etapa complementar. Logo aos 3 minutos, Thiago Silva balançou as redes, mas o gol acabou anulado pela arbitragem, devido a uma falta de ataque do zagueiro do Paris Saint-Germain.
Aos 12 minutos, o Brasil chegou ao quarto gol, em uma bela jogada coletiva, que começou com Bernard na direita, rodou pelos pés de Jô, Paulinho e chegou para Maxwell na esquerda. O lateral cruzou com extrema precisão na cabeça de Ramires, que testou para o fundo das redes.
Dois minutos depois, o volante do Chelsea ainda acertou a trave, após mais uma trama na blitz brasileira. Em seguida, Felipão fez três mexidas, colocando Dante, Hernanes e Lucas nos lugares de David Luiz, Paulinho e Bernard. Mais tarde, Alexandre Pato ganhou a vaga de Jô.
O atacante corintiano mostrou que está firme no intuito de recuperar seu futebol de alto nível e seu espaço na Seleção, chegando às redes aos 27 minutos do segundo tempo. Pato mostrou oportunismo após cruzamento de Neymar e fez o quinto do Brasil.
Nos 15 minutos finais, já com Marcos Rocha em campo no lugar de Maicon, a seleção brasileira seguiu dominando e a torcida vibrando. Até Júlio César, que precisou de uma bola recuada para participar do jogo, ganhou ovação das arquibancadas.
Ainda havia tempo para mais um gol, o sexto. E que golaço. Luiz Gustavo, que correu riscos de não ser convocado devido a pouca utilização no Bayern de Munique (acabou indo para o Wolfsburg), aos 38 minutos, tabelou com Neymar e depois soltou um foguete de fora da área, no ângulo de Schwarzer.
Ficha técnica:
Brasil: Júlio César; Maicon (Marcos Rocha), Thiago Silva, David Luiz (Dante), Marcelo (Maxwell); Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes), Ramires e Bernard (Lucas); Neymar e Jô (Alexandre Pato). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Austrália: Schwarzer; McGowan, Neill, Ognenovski e McKay; Kruse, Jedinak (Milligan), Bresciano e Oar (Thompson); Holman (Rogic) e Kennedy (Duke). Técnico: Holger Osieck.
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai), auxiliado pelos compatriotas Milciades Saldivar e Juan Zorrilla.
Gols: Jô (2), Neymar, Ramires, Alexandre Pato e Luiz Gustavo (Brasil).
Estádio: Nacional Mané Garrincha, em Brasília.