De uma vez por todas.o Borussia Dortmund virou a “pedra no sapato” do Real Madrid, já que nesta quarta-feira (24) o time alemão atropelou o rival por 4 a 1 no terceiro duelo entre ambos na atual edição da Liga dos Campeões da Europa, desta vez em jogo de ida pelas semifinais.
A noite foi histórica para o clube do Vale do Ruhr e, principalmente, para o centroavante Robert Lewandowski, justo no dia em que a rádio Cadena Ser, da Espanha, veiculou que o jogador está se transferindo para o Bayern de Munique. O polonês entrou para a história ao se tornar o primeiro jogar a marcar quatro gols no Real Madrid em partida válida pela competição continental.
Cristiano Ronaldo fez o único gol do time madrilenho, ainda quando sua equipe perdia por 1 a 0. Esse foi o 12º do português na atual edição da Champions. A artilharia na competição, no entanto, passou a ser ameaçada justamente por Lewandowski, que agora tem 10 gols marcados.
Na próxima terça-feira, no estádio Santiago Bernabéu, as duas equipes se reencontram pela quarta vez – na fase de grupos, o Borussia levou a melhor na Alemanha por 2 a 1, e na Espanha houve empate em 1 a 1. A equipe alemã pode perder por até dois gols. O Real precisa vencer por quatro. Se o time espanhol devolver o 4 a 1, a decisão vai para a prorrogação.
Nas escalações, a maior surpresa ficou por conta da “barração” de Di María, que desembarcou hoje na Alemanha, dois dias depois do nascimento de sua filha. Com isso, Luka Modric ganhou a vaga no time titular. O goleiro Iker Casillas seguiu no banco, mesmo com Diego López tendo saído da última partida contra o Real Bétis, reclamando de dores após uma pancada.
No time alemão, o técnico Jürgen Klopp até pensou em escalar uma formação ainda mais ofensiva, com Gündogan, Sahin, Götze, Reus e Blaszcykowski no meio de campo, mas o segundo acabou não ganhando a vaga do habitual titular Sven Bender. Desde a entrada em campo dos donos da casa, aliás, todos os olhares recaiam sobre o camisa 10, que teve confirmada ontem sua transferência para o Bayern de Munique.
Nenhum dos quatro brasileiros que compõem os dois elencos começaram jogando. No Real Madrid, Marcelo está contundindo e não foi relacionado. Kaká ficou no banco de reservas, enquanto Casemiro, que embarcou para a Alemanha, acabou fora da relação. No Borussia, Felipe Santana, autor do gol da classificação para as semifinais, também começou entre os suplentes.
O jogo começou quente, com as duas equipes tentando encontrar o melhor espaço para agredir. Logo aos 7 minutos, o Borussia teve sua primeira grande chance. Após roubada de bola no meio, Reus disparou, se livrou de Varane e bateu cruzado para grande defesa de Diego López. No rebote, Lewandowski demorou para finalizar e perdeu a chance de abrir o placar.
Um minuto. Esse foi o tempo exato que o goleador polonês precisou para se recuperar e balançar as redes. Pela esquerda, Götze arrumou uma festa para cima da zaga madrilenha e cruzou para área, Lewandowski surgiu no segundo pau, se antecipando a Pepe, e tocou para vencer o goleiro Diego López.
Contra um adversário sempre mais perigoso, o Real Madrid finalizou pela primeira vez aos 23 minutos de jogo, quando Cristiano Ronaldo cobrou uma falta de longa distância, cheia de veneno, parando na defesa de Weidenfeller.
Aos poucos, o time da casa diminuiu o ritmo de seus ataques, mas seguia incomodando com as descidas de Götze, Reus e Blaszcykowski. As finalizações, no entanto, não aconteciam, principalmente pela quantidade de passes errados no setor de meio de campo, para agonia dos torcedores que lotaram o Signal Iduna Park.
Aos 41, a ‘Muralha Amarela’ enlouqueceu de vez quando Reus partiu para dentro da defesa do Real e, ao ser travado por Varane, caiu, provocando inúmeros pedidos de pênalti, ignorados pelo árbitro holandês Bjorn Kuipers.
Se o lamento era grande, piorou na sequência, quando, a partir de um lateral cobrado por Sergio Ramos, o time madrilenho foi para o ataque, com a bola sobrando para Hummels. O zagueirão alemão recuou mal, Higuaín acabou roubando e cruzou na medida para Cristiano Ronaldo, que só escorou para o fundo das redes, empatando o duelo.
As equipes voltaram para a etapa final sem alterações. Desde o apito inicial, o Borussia voltou com maior força ofensiva, querendo mostrar que não se abateu com o gol sofrido dentro de seus domínios. E, aos 5 minutos, a equipe foi premiada quando Reus recebeu e chutou de primeira, a bola sobrou para Lewandowski girar dentro da área e bater para o gol, recolocando sua equipe na frente.
Empurrado pela torcida, o time de Dortmund não parou, e Lewandowski chegou, aos 10 minutos do segundo tempo, a seu terceiro gol no jogo. Schmelzer tentou finalizar e, mais uma vez, a bola procurou o camisa 9. O polonês dominou, ajeitou, evitou a marcação da zaga do Real e soltou um foguete, no ângulo de Diego López, ampliando o placar.
Aos 16, houve um lance de rara beleza quando Gündogan recebeu a bola na intermediária ofensiva e fez fila na zaga madrilenha. Não satisfeito, o meia acertou um chutaço, mas dessa vez Diego López conseguiu desviar com a ponta dos dedos, jogando para escanteio.
Se a situação já não era boa para o Real Madrid, virou um desastre aos 21 minutos da etapa final. Marco Reus foi lançado na área, e antes de dominar, acabou sendo atropelado por Xabi Alonso. Na cobrança do pênalti, Lewandowski foi para a bola e encheu o pé, fazendo seu quarto gol no jogo, e 10º na competição.
Pouco depois do placar chegar a 4 a 1, José Mourinho fez sua primeira mexida, colocando Benzema e Di María em campo, nos lugares de Higuaín e Modric. Mesmo com as alterações, quem seguia jogando mais era o time da casa, principalmente seu artilheiro.
A noite inspirada de Lewandowski, por pouco, não ficou ainda mais espetacular, aos 32 minutos do segundo tempo, quando o centroavante recebeu na entrada da área e soltou uma bomba, obrigando o goleiro Diego López a fazer ótima intervenção.
Dois minutos depois, ciente da necessidade de marcar mais um gol fora de casa para aumentar suas chances de reverter o placar no jogo de volta, o técnico do Real Madrid colocou Kaká em campo, no lugar de Xabi Alonso.
O alemão Jürgen Klopp não ficou atrás, fazendo duas alterações para fechar mais seu time, lançando o volante Kehl e o meia Grosskreutz nos lugares do meia-atacante Blaszcykowski e do lateral-direito Piszczek.
Faltando dois minutos para o fim do tempo regulamentar, aparceu muito bem a figura do goleiro Weidenfeller. Após ótima troca de passes da qual Kaká participou, a bola foi enfiada para Cristiano Ronaldo, que teve que disputá-la com o camisa 1 e perdeu a dividida. Aos 48, o time alemão só pôde secar quando Varane finalizou de dentro da área. O zagueiro francês chutou para fora e, enfim, o 4 a 1 foi garantido para festa dos torcedores do time da casa.