Vanderlei Cordeiro de Lima chegou ao Brasil na madrugada desta quarta-feira, em Cumbica. No aeroporto, foi recebido por cerca de 50 torcedores, que gritavam "é ouro, é ouro". Partiu do aeroporto para um programa de televisão e em seguida foi levado à coletiva de imprensa, promovida pelo Grupo Pão de Açúcar, onde recebeu R$ 200 mil de bônus pelo ouro olímpico, que ele acabou não ganhando graças ao incidente com o manifestante irlandês.

Para receber Vanderlei, estavam, Abílio Diniz, João Paulo Diniz e Aloísio Mercadante, entre outros. Quando o maratonista entrou na sala, foi recebido com muitas palmas e gritos orgulhosos pela conquista. Após escutar a todos foi a vez do paranaense falar. E sua primeira frase foi ótima, pelo que houve na maratona e por mostrar mais uma vez sua simplicidade. "Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por estar aqui", disse arrancando sorrisos da enorme platéia de torcedores e jornalistas. Ele falou sobre a véspera dos Jogos, "abri mão de patrocinadores oportunistas e me orgulho de ter continuado sempre com quem acreditou no meu sonho desde o início, hoje poderia estar mais rico, mas não valeria a pena". E revelou ter ficado magoado com a atitude antidesportiva do primeiro colocado na prova. "O italiano foi infeliz na colocação dele quando disse que independente do que houve ficaria em primeiro, mas respeito à conquista dele".

Vanderlei contou que traçou em sua mente um “filme” com a estratégia para vencer, mas que resolveu confiar em seus sentimentos e arriscar. "Para mim, o momento chave da prova foi dos 18 aos 32 km. Esse é o trajeto da maratona com mais subidas, tive uma intuição e resolvi arriscar ali. Eles (os adversários) não acreditaram no meu potencial e quando acordaram era tarde, já tinha ampliado em quase um minuto minha vantagem".

Sobre o incidente com o irlandês, que disse que gostaria de enviar uma carta se desculpando, Vanderlei declarou, "na hora estava tão concentrado com a prova que achei que ele só queria aparecer na TV, quando ele veio para o corpo a corpo tive medo que ele me machucasse. Só fui ver quem tinha me socorrido nos jornais", agora é "cada um na sua", se referindo ao que foi dito sobre a carta. "Nós atletas vivemos de superação. Saber que todo um país espera que você ganhe uma medalha e torce por você faz você levantar e continuar, independente do que aconteça".

Por muitas vezes Vanderlei se emocionou, parou a coletiva e levou as mãos aos olhos enxugando tímidas lágrimas. A primeira delas foi ao dizer que "gostaria de agradecer o reconhecimento do povo brasileiro e da imprensa pelo trabalho dele e que Deus abeçoasse a todos". Depois, ao ser questionado sobre a mudança que a conquista da medalha provocou na vida dele, se emocionou mais uma vez, "ninguém passa a ser herói de uma hora para outra. É um momento de garra, luta e persistência que reflete muitos anos de trabalho". "Na segunda-feira, quando saí para passear depois da competição, fui parado por turistas gregos e até italianos que disseram que para eles eu era o vencedor. Dentro de seus corações eu era o vencedor".
"Antes de ir para Atenas nos perguntávamos -os atletas- se existia realmente o tão faldo espírito olímpico. Vim para provar que ele existe sim, fui abençoado pelos deuses gregos com essa vitória". E finalizou, "Agora, meu objetivo é o próximo Campeonato Mundial, no ano que vem. Espero trazer uma medalha”.

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Coletiva: Vanderlei chega ao Brasil. Veja!

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