César Cielo, uma de nossas poucas esperanças de ouro no Rio 2016, se sagrou campeão pelo quinto ano seguido. Após um bronze nos 50m livre (sua especialidade), ele conquistou o bicampeonato mundial dos 100m livre, desequilibrou no revezamento 4 x 100m e de quebra levou o Brasil pela primeira vez na história à liderança do quadro de medalhas de um mundial.
Mesmo assim, incrivelmente, pouco se fala de Cielo desde seu ouro em Pequim. O bronze em Londres parece ter frustrado muita gente e desde então o nosso nadador não vem recebendo o mesmo tratamento de 2008. Não que ele tenha deixado de ser referência, pelo contrário. Nós apenas não entendemos como o maior nadador brasileiro de todos os tempos foi deixado um pouco de lado.
O brasileiro já era um fenômeno desde antes de seu ouro nas Olimpíadas de 2008. Sua primeira medalha em mundiais foi em Indianápolis, em 2004. Ao total, em 10 anos de carreira, o atleta já levou para casa nada mais nada menos que 100 medalhas de ouro em campeonatos nacionais e internacionais. César Cielo coleciona também 24 recordes quebrados em sua carreira. Com envergadura maior que a de Michael Phelps, o nadador brasileiro é considerado por alguns o nadador mais rápido do mundo, já que a prova de 50m livre é a mais rápida.
Nascido em Santa Barbara d´Oeste, César Cielo começou a nadar com apenas 8 anos de idade, em 1994. Aos 16, foi convidado para treinar em São Paulo pelo Esporte Clube Pinheiros, potência brasileira em diversos esportes. Apenas dois anos depois de se mudar para a capital paulista, Cielo arrumou as malas e foi pros EUA a convite da Universidade de Auburn, a potência estadunidense em natação.
Ele é, sem dúvidas, um dos maiores atletas brasileiros. Em um esporte que não tem muito incentivo no Brasil – obrigando seu atleta a treinar no exterior –, ele conseguiu ser um dos maiores nadadores de todos os tempos em sua categoria. Como já dissemos, o cara é uma máquina de ganhar medalhas e nem contamos suas medalhas de prata e de bronze. O cara é favorito em qualquer competição que entra.
O problema maior é que, em qualquer esporte, o brasileiro costuma valorizar apenas o campeão. Quando alguém consegue ser campeão, o cara é obrigado a vencer todas as competições de que participa. É só lembrarmos de Barrichello que até hoje é zoado por constantemente estar na segunda colocação, esquecendo que ele concorria com ninguém menos que Michael Schumacher, o maior campeão de F1 de todos os tempos.
César Cielo tem 27 anos e, pelo menos, um mundial e uma Olimpíada para continuar provando para todo mundo que merece muito mais atenção do que atualmente. Se você ainda não se impressionou com esse verdadeiro mito brasileiro, aqui vão alguns resultados dele:
Ouro nos 50 m livre das Olimpíadas de Pequim – 21.30, em 16/8/2008, recorde sul-americano
Ouro nos 100 m livre no Mundial de Doha – 45s75, em 7/12/2014
Ouro nos 50 m borboleta no Mundial de Barcelona -23s01, em 29/7/2013
Ouro nos 50 m livre no Mundial de Barcelona – 21s32, em 3/8/2013
Ouro nos 50 m borboleta no Mundial de Xangai -23s10, em 25/7/2011
Ouro nos 50 m livre no Mundial de Xangai – 21s52, em 30/7/2011
Ouro nos 50 m livre no Mundial de Dubai – 20s51, em 17/12/2010, – recorde do campeonato e sul-americano
Ouro nos 50 m livre no Mundial de Roma – 21.08, em 1/8/2009, recorde do campeonato
Ouro nos 100 m livre no Mundial de Roma– 46.91, em 30/7/2009, recorde mundial
Ouro nos 100 m livre no Pan-Americano de Guadalajara – 47.84, em 16/10/2011, recorde pan-americano
Ouro nos 50 m livre no Pan-Americano de Guadalajara – 21s58, em 20/10/2011, recorde pan-americano
Ouro nos 100 m livre no Pan-Americano do Rio de Janeiro – 48.79, 18/7/2007
Ouro nos 50 m livre no Pan-Americano do Rio de Janeiro – 21.84, em 22/7/2007
Fraco o menino, né? Vamos valorizar nossos atletas, Brasil!