O perito médico legal George Sanguinetti, que é assistente técnico da defesa do ex-goleiro do Flamengo Bruno de Souza, acusado de ter matado sua amante, Eliza Samudio, afirmou em Maceió (AL) que a defesa pedirá ainda hoje a anulação do processo.
Com as palavras “A liberdade de Bruno começa hoje”, ele iniciou a fala, afirmando que, após perícia realizada nas casas do goleiro e do amigo dele, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, não foram encontrados quaisquer vestígios da presença de Eliza. “Não existe sangue, não há cabelo, não há provas técnicas. Não há indícios. Há uma prova testemunhal. Por isso, vamos pedir a anulação do processo”, afirmou.
De acordo com Sanguinetti, ainda que os locais tivessem sido lavados, vestígios da estudante seriam encontrados, citando inclusive a denúncia de que os restos da garota teriam sido dados a cães. “Não foram encontrados vestígios nos cães nem nos excrementos. Os cães não fizeram um banquete humano, como se disse. Isso é estória. Com ‘E'”, disse, sustentando que o fato é uma invenção, não fato.
Sobre o amigo do goleiro, ele contesta o que está registrado nos autos, afirmando que pelo tipo de construção e por ser área povoada, não seria possível torturar e executar uma pessoa, ainda mais com esposa e filho maior de idade no local. “Na casa do Bruno, as provas testemunhais dizem que ela estava (na residência). Mas, pela perícia, não se aponta isso”, afirmou.
Sanguinetti é professor de Medicina Legal da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), sua parceira na perícia. Ele irá depor, via carta precatória, esta tarde, na 2ª Vara Criminal, com a juíza Maria das Graças Gurgel, a pedido da juíza Marixa Fabiane, responsável pelo caso.
Ele ficou conhecido no país pela participação em dois casos de apelo: as mortes de PC Farias e da garota Isabella Nardoni. No primeiro, ele negou a hipótese de crime passional do ex-tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor de Mello, afirmando que uma terceira pessoa e não a namorada da vítima Suzana Marcolino teria cometido o crime.
No segundo, ele sustentou a inocência de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, afirmando que não havia provas contra o casal, chegando até a escrever um livro sobre o caso, alvo de processo da mãe biológica da menina.