A carta que originou a investigação do Ministério Público Estadual sobre a Máfia do Apito diz que todo esquema era feito dentro do Bingo Imperador, localizado na Avenida Sumaré, região Oeste de São Paulo.
Através de uma denúncia de um "cidadão brasileiro" feita por meio de uma carta, o denunciante afirma que "o esquema é comandado por uma quadrilha de São Paulo. Os cabeças são donos de bingos da capital, que se reúnem no famoso Bingo Imperador".
O promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), José Reinaldo confirmou que essa denúncia anônima iniciou as investigações sobre a tão falada Máfia do Apito e hoje já é um processo. "Começou com uma denúncia anônima que foi remetida para o Gaeco e depois trazida pela Revista Veja", completou o promotor. "A investigação está em curso e não está terminada".
O Ministério Público e a Polícia Federal ainda estão atrás dos donos de bingo que, segundo o denunciante, estariam envolvidos no escândalo do placares forjados. Mas já descobriram indícios das manipulações de resultados com essas casas de jogos. O ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho já admitiu ter dívidas com bingos de Jacareí.
O delegado Protógenes Queiróz da Polícia Federal de Brasília afirmou que a preocupação é se há mais envolvidos no caso, devido à confirmação pela carta e pelas investigações de que há sim vínculo com a cidade de Piracicaba.
A carta diz também que Edílson recebia o pagamento pelos jogos que manipulava na rodada do meio de semana em um bingo da capital. E se fossem aos sábados e domingos, o ex-árbitro recebia o dinheiro em sua casa mesmo, na cidade de Jacareí.
É citado pela carta o envolvimento do juíz Paulo José Danelon, responsável por apresentar Edílson ao não menos famoso Nagib Fayad, o Gibão, líder da quadrilha. Danelon afirmou e confessou ter feito a manipulação de três jogos do Estadual, mas não foi detido. Já Gibão foi preso e depois liberado. Fayad afirmou também que foi Edílson que o procurou.
Nesta segunda carta de 22 de junho o "cidadão brasileiro", como se auto-nomeia, afirma também que o advogado Daniel Gimenes é parceiro e comparsa de Gibão, mas seu defensor, José Silvestre da Silva nega a denúncia.